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VIDA URBANA

Temperaturas estão 0,5ºC mais elevadas na Paraíba

Até março de 2016, o clima deve permanecer o mesmo. O ideal é andar com roupas leves e beber água.

Publicado em 06/12/2015 às 8:00

Você já deve ter percebido que as sombrinhas e guarda-chuvas, itens imprescindíveis no inverno, estão cada vez mais presentes nas ruas nos últimos dias. Até mesmo quem não possui o aparato, arrisca improvisar: serve sacola de compras, caderno, livro e até panfleto entregue na rua. Roupas leves e acessórios como óculos e bonés também. Mas todo esse cuidado é por uma boa causa: proteger do sol, que a cada dia está mais quente. Já dentro de casa, não há sol, mas há calor de sobra. Por isso, ventilador, umidificador ou ar-condicionado também se tornaram itens essenciais. E se alguém ainda se pergunta se estamos vivendo aos dias mais quentes do ano, a resposta é sim.

Dentro do monitoramento climático feito pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as temperaturas estão realmente mais altas na Paraíba. Em torno de 0,5ºC a mais que o mesmo período do ano passado. Isso porque os meses mais quentes no Estado se estendem de outubro até março. Ou seja, ainda vem muito calor por aí. Além disso, o verão, que é a estação mais seca e quente do ano, só começa oficialmente às 1h48 do dia 22 de dezembro. Conforme o Inmet, outro agravante para essa sensação térmica elevada é a forte intensidade do fenômeno ‘El Niño’, que dificulta a formação de nuvens. Como não tem essa cobertura, a radiação solar incide com mais intensidade, fazendo com que todo mundo busque um lugar à sombra.

Quem vive no Sertão do Estado sabe muito bem disso. A cidade de Patos, por exemplo, foi a que registrou a maior temperatura do ano até agora na Paraíba. No dia 21 de outubro, os termômetros bateram a marca de 39,5°C. O funcionário público Epitácio Germano mora na cidade, e ao ser questionado sobre como está fazendo para conviver com esses dias ainda mais acalorados, ele brinca: “boa pergunta, não sei como ainda estamos vivendo”. No entanto, além da sensação intensa de calor, é preciso cuidado com a saúde, por isso ele conta que costuma seguir à risca as recomendações clínicas. “Usar sempre filtro solar, evitar ao máximo exposição ao sol em horários mais quentes e sempre tomar muita água”, são medidas que, para Epitácio, têm ajudado a suportar as altas temperaturas.

Mas o calor não é exclusividade dos sertanejos. De acordo com os dados do Inmet, no município de Monteiro, Cariri do Estado, as temperaturas chegaram a 35,9°C. Já em Campina Grande, que é conhecida por seu clima ameno, no dia mais quente desse ano chegou a fazer 33,8°C. E principalmente nos últimos dias, o calor tem incomodado bastante os moradores da cidade. “Está insuportável, logo cedo da manhã o sol já está quente e vai só piorando. Na hora do almoço eu sofro só de pensar em ter que sair e pegar ônibus nesse calor”, relatou a recepcionista Juliana Gonçalo, ao destacar que nunca sentiu um calor assim na cidade.

Final da tarde é a hora mais quente em CG, aponta Inmet

Essa sensação não é psicológica, e sim real, explica o professor Vicente de Paulo, do departamento de Meteorologia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). “É um fato, a temperatura em Campina Grande vêm aumentando, e em uma proporção de quase três vezes acima da média mundial. Enquanto que o aquecimento do planeta no último século foi em torno de 0,6 graus, nos últimos 41 anos, Campina Grande aumentou 1,5 graus, quase três vezes a média mundial”, afirmou.

Para a meteorologista Marle Bandeira, da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), vários fatores estão contribuindo para esse desconforto térmico. “Além desse período ser normalmente o mais quente no Estado, estamos nos aproximando do verão e temos o agravante do 'El Niño', que faz com que a radiação solar seja maior e cause todo esse calor”, explicou. No entanto, segundo a meteorologista, nos próximos meses as temperaturas tendem a ficar nesse mesmo patamar.

AQUECIMENTO

Mesmo que as pessoas façam de tudo para se proteger do sol nas horas de maior radiação, por volta das 12h às 13h, as maiores temperaturas não são registradas nesse horário, e sim no final da tarde ou início da noite. Isso tem uma explicação, segundo o professor Vicente de Paulo, é que o aquecimento atmosférico não ocorre de maneira instantânea, demora algumas horas.

Conforme os dados do Inmet, a hora mais quente do dia em João Pessoa é 15h. Já em Campina Grande é às 16h e 17h. Em Patos, o sol vai indo embora, mas o calor permanece. Lá, as horas mais quentes são das 17h às 18h.

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Jornal da Paraíba

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