VIDA URBANA
Terapia homeopática é focada no paciente
Conduta busca identificar origem dos males e oferecer tratamento individualizado
Publicado em 15/09/2013 às 11:20 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:37
Foi uma picada de abelha que levou a comerciária Ana Karla Pereira, 25 anos, a conhecer os benefícios da homeopatia. Apesar de já trabalhar há 2 anos com a venda de medicamentos homeopáticos, ela só sentiu na pele os efeitos desses produtos após ser atacada pelo inseto.
“Surgiram muitas dores no local do ferimento. Decidi tomar um medicamento, que fez efeito na hora. A dor passou e não fiquei com nenhuma sequela. Desde então, qualquer problema de saúde que tenho só trato com a homeopatia”, afirma a jovem.
Apesar de ainda ser considerada por muitas pessoas como uma terapia alternativa, a homeopatia é uma especialidade médica, reconhecida por convênio firmado entre o Conselho Federal de Medicina, a Associação Médica Brasileira e a Comissão Nacional de Residência Médica. Ela começou a ser exercida na Europa e foi trazida para o Brasil, em 1840, por franceses. Porém, só se tornou reconhecida como especialidade médica em 1980, pela Associação Médica Brasileira (AMB). Por determinação do Ministério da Saúde, a terapia está disponível na rede pública de saúde.
Ao contrário do que ocorria em séculos passados, quando a terapia era usada por pessoas com pouca ou nenhuma escolaridade, hoje, a homeopatia só pode ser exercida por profissionais qualificados. Segundo a Associação de Medica Homeopática Brasileira (AMHB), para se tornar homeopata é preciso ser graduado nas áreas de Medicina, Medicina Veterinária, Farmácia ou Odontologia.
A médica homeopata Catarina Vilar Viana, que atua na área há mais 10 anos, explica que a terapia se diferencia da medicina tradicional porque busca tratar o paciente de forma integral. “Quando uma pessoa chega ao consultório se queixando de uma dor de cabeça, por exemplo, o médico que pratica a medicina tradicional, chamada de alopática, vai pesquisar e tratar daquele determinado problema”, diz a especialista.
Já na homeopatia, esse trabalho vai além. “Procuramos promover o equilíbrio físico e mental daquela pessoa. O tratamento é para o corpo todo e não apenas para a doença em apenas um determinado órgão. É preciso que o homeopata procure conhecer aquele paciente. Se dez pessoas estiverem com diabetes, todas as dez terão medicamentos diferentes, porque são pessoas também diferentes. O tratamento é individualizado”, acrescenta a médica.
Após examinar o paciente, o homeopata prescreve os medicamentos que precisam ser produzidos nas farmácias de manipulação. Esses estabelecimentos possuem laboratórios e equipamentos apropriados para criar comprimidos, soluções orais e cremes com as características prescritas pelo profissional da homeopatia. O tempo de produção varia de acordo com a fórmula. Mas, em geral, o processo é concluído em cerca de uma hora.
Segundo a médica Catarina Vilar, a terapia pode ser aplicada em diversos casos clínicos e em diferentes faixas etárias de pacientes. “Já atendi crianças, idosos e adultos com problemas de depressão, processos inflamatórios, amidalites e até com esclerose múltipla, que não foi resolvida com a medicina tradicional”, afirma.
Assim como ocorre com outras formas de terapia, o sucesso do tratamento também depende da disciplina do paciente. “Os resultados são muito satisfatórios, mas é preciso que o paciente siga o tratamento da forma adequada”, destaca.
Na medicina tradicional, a maioria dos medicamentos é produzida em indústria, com sustâncias químicas. Já na homeopatia, as matérias-primas usadas na confecção dos medicamentos são de origem animal, vegetal e mineral. Alguns homeopatas ainda se especializam em fitoterapia e em florais e usam também essas duas técnicas para tratar doenças a partir das propriedades medicinais das plantas.
No entanto, as duas terapias são diferentes entre si, como explica a presidente da Sociedade de Homeopatia da Paraíba, Maria Solimar Alencar Lima Svenson. “A fitoterapia, que é a técnica medicinal feita a partir das plantas, se utiliza principalmente de chás. Já na homeopatia, as matérias-primas são usadas em composições, que são diluídas, de acordo com as propriedades e finalidades”, observa.
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