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VIDA URBANA

'Tesouros' são achados em casarões

Equipe escava os antigos casarões da João Suassuna e, em pouco mais de 4 meses, já catalogou 500 achados históricos.

Publicado em 13/04/2014 às 8:00 | Atualizado em 19/01/2024 às 15:18

Em uma rua enladeirada, as ruínas de oito casarões, degradados pelo tempo, escondem parte da história da terceira capital mais antiga do país: João Pessoa. Com estruturas de dois andares e características de arquitetura Art Déco e Art Nouveau, os casarões históricos da rua João Suassuna, na conhecida 'cidade baixa', formam um conjunto arquitetônico rico em detalhes de tempos e povos vividos outrora. Escavações iniciadas em novembro do ano passado pelo Setor de Pesquisas Arqueológicas e Sociais (Sepas) já encontraram mais de 500 achados históricos. A ação integra a política de revitalização do Centro Histórico da cidade, da Prefeitura Municipal de João Pessoa.

O trabalho de arqueologia está sendo realizado nos casarões de número 01, 09, 13, 19, 27, 35, 43 e 49 que, juntos, somam uma área de 1.117 m². As ações desenvolvidas pelo Sepas, empresa especializada no segmento, vão custar um total de R$ 113 mil para a prefeitura.

O forte cheiro de mofo é sentido ao se aproximar das portas de entrada dos casarões, que debaixo de tanta escuridão e estruturas antigas, mantêm veladas peças de outras origens, relíquias de outras eras. Mas o mofo, o sol forte e demais adversidades naturais não são suficientes para impedir a execução de um trabalho árduo e minucioso, necessário da pesquisa arqueológica desenvolvida com dedicação e amor aparentes de um arqueólogo apaixonado pela profissão.

Antônio Canto é o arqueólogo responsável pelas prospecções nos oito casarões. Segundo ele, a limpeza de entulhos no interior dos últimos três imóveis já está sendo encerrada. Com isso, os ambientes se tornam propícios para o início das escavações de solo e parede. “Já finalizamos as pesquisas em quatro casarões e agora estamos no quinto, restando apenas os últimos três”, afirmou.

Nos imóveis históricos, cujas pesquisas foram finalizadas, já foram encontrados artefatos de origem inglesa do século 19, peças em grés (material cerâmico vitrificado) inglesa e alemã, além de tubulações em grés brasileiro, intactas e datadas de 1929, em todos os casarões trabalhados até o momento.

“A grande maioria dos achados são de origem inglesa, como garrafas e tinteiros em grés e diversos padrões de faiança (louça). Entre eles, encontramos uma parte de uma garrafa em grés de origem alemã, que era utilizada para armazenar a genebra (tipo de bebida) e água gaseificada. Também foram encontradas cerâmica brasileira, fragmentos de ferro e vidro, além das tubulações e alguns materiais orgânicos, como os malacológicos (moluscos), a exemplo de conchas. Até agora estão sendo catalogadas aproximadamente 500 peças”, detalhou.

O arqueólogo explicou que o trabalho consiste na coleta de dados através de levantamento histórico, com ênfase na cartografia e iconografia da área, além da pesquisa arqueológica, com o auxílio de um aparelho magnetômetro que identifica metais e ferros, em busca da existência de objetos históricos na área.

Entretanto, a ação também prevê o tratamento e acondicionamento adequado do material coletado durante as escavações e ainda a elaboração de um relatório final contendo todas as informações dos objetos.

Para Antônio Canto, os trabalhos realizados nos casarões são de grande importância histórico-social, uma vez que as peças e arquitetura representam um legado de histórias, épocas e vidas.
“Temos que entender que as pessoas não têm um futuro se não conhecerem seu passado. Muita coisa é questionada por não ter conhecimento do que passou. Esse trabalho resgata e devolve parte da história da cidade, que foi perdida com a degradação dos casarões. Com a arqueologia a gente comprova que aquela história de fato aconteceu”, destacou.

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Jornal da Paraíba

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