VIDA URBANA
Testemunhas são ouvidas no júri do caso Ramalho
Começa o júri popular do réu do caso em que três pessoas da família Ramalho morreram.
Publicado em 29/11/2012 às 17:25
Começou por volta das 14h40 desta quinta-feira (29) o julgamento de João Paulo Guedes Meira, acusado pelo Ministério Público de ser o responsável pelo acidente automobilístico que matou três integrantes da família Ramalho em 2007. Inicialmente o julgamento estava marcado para às 14h, mas devido a um problema disciplinar no presídio do Roger, onde o réu está preso, atrapalhou a escolta e atrasou em quase uma hora o início.
O acusado chegou escoltado pela polícia ao 1º Tribunal de Júri, no Fórum Criminal da Avenida João Machado em João Pessoa. A previsão do promotor do caso, Alexandre Varandas, é de que o julgamento acabe por volta da meia-noite. Com a sala lotada, o clima era de expectativa. Familiares da defensora pública Fátima Lopes, morta em um acidente de trânsito semelhante também compareceram.
Aline Lacerda, primeira testemunha a participar, que estava no carro do réu no momento do acidente, afirmou que não conhecia o motorista e estava pegando uma carona por causa de uma amiga em comum.
“Ele havia bebido e furou o sinal vermelho na hora da colisão. Eu cheguei a ver o velocímetro apontando 140 km/h. Todas as pessoas que estavam no carro pediam para ele diminuir, e ele respondia que quem quisesse descer que pulasse do carro", disse Aline, que culpou João Paulo em vários momentos de seu testemunho.
No acidente, que aconteceu na Avenida Epitácio Pessoa, na capital paraibana, morreram Antônio de Pádua Guerra Ramalho, Francisco de Assis Guerra Ramalho e Matheus Cavalcanti Ramalho. De acordo com o promotor, João Paulo Guedes Meira será acusado por triplo homicídio e três lesões corporais graves, provocadas nas pessoas que estavam no carro do acusado. "Acreditamos que o julgamento, por baixo, deve acabar por volta da meia-noite. Será aplicado um questionário para as seis testemunhas", explicou.
O processo está em aberto desde o ano do acidente e tramitou em várias instâncias, mas agora não existe mais recurso possível. Ele voltou para o 1º Tribunal do Júri, já passou pela aprovação do Ministério Público da Paraíba e deve ser julgado nesta quinta-feira (29). O réu aguardava o julgamento no Presídio do Roger. Ele se entregou à polícia no dia 14 de dezembro de 2011, quatro anos depois do acidente.
O que sustenta a acusação
O advogado da família Ramalho, Ricardo Sérvulo, disse que o réu deve ser condenado por homicídio doloso, com intenção de matar. “Não se trata de revanchismo judicial, e sim uma mudança no hábito do brasileiro para não beber e dirigir. Nós esperamos que a sociedade condene o réu a trinta anos por cada morto. Trata-se de um crime doloso, com intenção de matar. “
Alegação da defesa
Um dos advogados de João Paulo Guedes, Ricardo Siqueira, disse que vai trabalhar para provar que foi apenas um acidente. Em nenhum momento o Ministério Púbico tratou o caso como um crime doloso", afirmou.
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