VIDA URBANA
Testes de HIV e sífilis estão mais acessíveis
Para ter acesso aos testes rápidos que diagnosticam as DSTs, basta ir a uma unidade do Programa de Saúde da Família.
Publicado em 10/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 15:55
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como Aids e sífilis estão cada vez mais fáceis de serem identificadas na Paraíba. O diagnóstico é possível através dos testes rápidos, ofertados na atenção básica de saúde.
Somente no primeiro semestre deste ano, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) realizou 65.820 testes rápidos, sendo 46.920 de HIV - vírus da imunodeficiência humana, Aids, e 18.900 de sífilis. De janeiro a junho deste ano, a SES identificou 135 pessoas soropositivas e um aumento de 113% nas notificações de sífilis congênita nos últimos três anos.
Para ter acesso aos testes rápidos que diagnosticam as DSTs, basta ir a uma unidade do Programa de Saúde da Família (PSF).
Quando confirmados os casos de Aids, o direcionamento é feito para um dos oito centros de referência para o tratamento da doença, distribuídos em cinco cidades do Estado, sendo três em João Pessoa, dois em Campina Grande e um em Santa Rita e outro em Cabedelo.
Nesses locais, as pessoas são encaminhadas para fazer uma bateria de exames, para identificar a carga viral, e então é iniciado o tratamento medicamentoso, através do 'coquetel', segundo a gerente operacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids) e Hepatites Virais da SES, Ivoneide Lucena.
“Atualmente, o exame que mostra o resultado em 20 minutos, é realizado em 134 municípios do Estado, o que corresponde a uma cobertura de 60%, mas nosso objetivo é chegar ao final de 2013 com uma cobertura de 100%”, disse.
De acordo com Ivoneide Lucena, a implantação dos testes rápidos para detecção de sífilis e Aids na rede de Atenção Básica de Saúde tornou o monitoramento dessas doenças mais eficiente e como consequência dessa maior vigilância, em três anos o Estado registrou aumento de 113% no número de notificações da sífilis congênita, por exemplo, entre 2009 e 2012, já que foram 176 notificações em 2009 e 375 em 2012.
“O teste rápido é simples e realizado a partir da punção digital. É imprescindível que o profissional que iniciar o processo de aconselhamento (pré-teste) com o usuário seja o mesmo que realize o procedimento e entregue o resultado (laudo) no aconselhamento pós-teste. Nenhum resultado de teste deve ser entregue sem o aconselhamento pós-teste”, explicou Ivoneide Lucena.
Nos casos de sífilis, que também é uma doença infecciosa transmitida através do ato sexual, Ivoneide destacou que é necessária a realização de exames se sangue de acompanhamento após 3, 6, 12 e 24 meses para garantir que não há mais infecção. “A atividade sexual deve ser evitada até que o segundo exame mostre que a infecção foi curada. A sífilis é extremamente contagiosa por meio do contato sexual nos estágios primário e secundário”, ressaltou.
ANÁLISE DA NOTÍCIA
Por: Roberto Magliano
presidente da Sociedade Paraibana de Obstetrícia e Ginecologia
“As DSTs são transmitidas por meio do contato sexual, que não se resume à penetração do pênis na vagina. Essas doenças podem ser transmitidas em todo o contato com os órgãos genitais, com a vulva, que é a parte externa da vagina, com o ânus e até mesmo com a boca. Portanto, não é necessária ejaculação para que haja a contaminação por vírus e bactérias, como os casos de Aids e sífilis. É importante lembrar que qualquer contato sexual pode transmitir doenças como Aids e HPV. Daí a importância do preservativo em toda relação sexual, mesmo que ela seja oral”.
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