VIDA URBANA
Totonho toma choque em fone de ouvido e pode perder parte da audição
Músico paraibano esta em quarentena em São Paulo desde o início da pandemia.
Publicado em 01/06/2020 às 11:09 | Atualizado em 01/06/2020 às 18:46
O cantor e compositor paraibano Carlos Antonio Bezerra, mais conhecido como Totonho, sofreu um acidente doméstico na ultima sexta-feira (29), em seu apartamento, em São Paulo, ao utilizar o fone de ouvido do celular conectado à tomada da energia elétrica. Devido à descarga elétrica, o artista corre o risco de perder a audição do ouvido direito.
“Tomei um choque dentro do ouvido com queimaduras e sangramento”, disse o artista, destacando o risco que teve ao usar um produto comprado no comércio informal de João Pessoa no ano passado.
Em postagem feita em suas redes sociais, o artista relatou que buscou ajuda em um hospital público. "Fui pra rua chorando, tomei um táxi pro Hospital das Clínicas. Ufa. O SUS me foi suficiente. Atendimento lindo! Humano, solidário, carinhoso por pessoas que nunca me viram em contraponto as mensagens evasivas de alguns supostos amigos. Provavelmente perderei a audição do ouvido direito", lamentou.
Totonho deve voltar ao hospital na próxima quarta-feira (3) para realizar uma tomografia e avaliar os danos causados pela descarga elétrica. “Vou ficar bem e continuar fazendo música mesmo ameaçado de não escutá-las. Contaminado pelo descuido...”, completou.
Mesmo com possíveis sequelas, o músico conta que deve participar no próximo dia 20 de junho de uma live musical com André Abujamra nas páginas do artista no Instagram.
https://www.facebook.com/totonho.oscabra/posts/10207685963382629
Totonho
Nascido em Monteiro, Totonho é um dos maiores nomes da cena musical brasileira. O seu mais recente trabalho é o CD ‘Samba Luzia Gorda’, terceiro álbum de sua carreira, lançado em 2018 através de financiamento coletivo. A obra conta com as participações de Otto, Moreno Veloso, Quinteto da Paraíba, André Abujamra, Manoel e Felipe Cordeiro, Cassiano Ziryab. As artes de capa e encarte são de Shiko.
Totonho é natural de Monteiro e funda seu arquétipo de composições a partir da rica cena de repentistas locais e ícones da poesia nordestina. Lá foi vendedor de buchada de bode e assistiu à muitas cantorias de repentistas da região. Foi quando teve seu primeiro contato com a música.
Em 82 resolveu que queria mesmo seguir a carreira de músico e foi para João Pessoa, onde fundou o Musiclube da Paraíba, uma cooperativa de compositores por onde passaram nomes como Chico César, Jarbas Mariz e os irmãos Pedro Osmar e Paulo Ró, entre outros. Já premiado e conhecido como um dos melhores compositores da região, em 1988 se muda para o Rio de Janeiro para iniciar formação em arte educação e lá coordenou e fundou diversas ONGs, entre elas, a EX-COLA e o Grupo Cultural Afro Reggae, entre outras.
Embora já tivesse quase duas décadas de carreira, uma turnê pelo projeto Pixinguinha e importantes shows com grandes nomes da MPB, seu primeiro registro fonográfico só saiu em 2001 pela gravadora Trama com produção de Carlos Eduardo Miranda e em 2005 lançou o segundo álbum “Sabotador de Satélites” com a mesma gravadora e produtor. Ainda possui em sua carreira duas Coletâneas internacionais da Nova Música Brasileira, selo Toten França, e o Coletivo Hip Hop do Mundo, Selo África Mundi/U.S., produzida pelo americano Malvin Gibson.
Em 2015, a partir de uma ação ativista de levar música para espaços públicos da grande João Pessoa de forma independente em parceria com o compositor Seu Pereira, lança um trabalho de “Funks Rurais” inspirado pela força da poesia regional, o EP “Coco Ostentação”.
Na sua jornada pelo mundo musical, Totonho coleciona concertos internacionais na Ucrânia, Londres, Bélgica, França, Guatemala, Portugal e Rússia. No Brasil já tocou em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Crato, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Manaus, Belém, Boa Vista, Macapá, São Luís, Teresina, Natal, Brasília, João Pessoa, entre outras.
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