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VIDA URBANA

Tráfico de animais ainda é prática comum na Paraíba

Tanto quem vende, quanto quem compra está contribuindo para impulsionar o crescimento de uma das atividades ilegais que mais movimentam dinheiro sujo no país.

Publicado em 31/05/2009 às 9:16

Jacqueline Santos

O tráfico de animais silvestres é um crime que, apesar de cruel, parece não ser levado muito a sério pela população. As feiras livres abarrotadas de gaiolas com esses bichinhos e a livre comercialização comprovam que os maus-tratos não chegam a comover muita gente, que até mesmo se diz admiradora das espécies. Sem se importar com os danos que podem causar, as pessoas teimam em dar vida a essa atividade ilegal.

Tanto quem vende, quanto quem compra está contribuindo da mesma forma para impulsionar o crescimento de uma das atividades ilegais que mais movimentam dinheiro sujo no país. Casos de interceptação de aves e outras espécies regularmente viram notícia. Embora haja campanhas de conscientização e intensa fiscalização, a prática deste tipo de comércio ilegal ainda permanece sem controle. Em alusão à data comemorativa do Meio Ambiente, no próximo dia 5 de junho, o JORNAL DA PARAÍBA vai trazer uma série de matérias reportando o tema da preservação durante toda a semana.

Até o dia 29 de maio deste ano, haviam sido apreendidos pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) 1.740 animais da fauna brasileira. Para se ter uma noção de que a atividade continua sendo exercida livremente, os números dos cinco primeiros meses de 2009 equivalem a 56,8% dos bichos interceptados durante todo o ano de 2007, em que o órgão conseguiu deter o carregamento de 3.062 animais que iriam ser vendidos ilegalmente. Os criminosos utilizam moldes cruéis de transporte e armazenamento dos bichos. A maior parte dos animais não resiste aos maus-tratos e acaba morrendo no trajeto. As rotas são as mais variadas e o local onde o comércio é praticado vai das feiras livres a grandes traficantes.

No ano passado, o Instituto identificou 4.050 aves, mamíferos e répteis que seguiam com traficantes pelas rodovias da Paraíba, ou seja, 988 a mais do que o observado no ano anterior. Entre janeiro e dezembro de 2008, foram 3.746 aves, 130 répteis e 154 mamíferos que foram pegos nas mãos dos infratores.

As condições nas quais são conduzidos os animais são as mais impróprias possíveis. É tanto que a estimativa aponta que de cada dez animais retirados da natureza somente um sobrevive. A informação foi confirmada por Edberto Farias de Novaes, analista ambiental do Ibama-PB. O instituto é o órgão federal que está a cargo de gerir os recursos ambientais, sendo que a fauna silvestre está incluída. Portanto, o comércio de animais silvestres está na mira dos fiscais. “As fiscalizações relativas à fauna são voltadas tanto na fase de captura das espécies, como também no seu transporte, comércio, manutenção em cativeiro e maus-tratos”, esclarece.

Segundo Novaes, as inspeções são pré-estabelecidas de acordo com as prioridades e com foco nas etapas que envolvem o comércio. “Dependendo do grau de complexidade, as fiscalizações são apoiadas por outros membros do governo federal, como Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Companhia de Polícia Florestal, em nível de Estado”, complementa.

Denúncias também são a fonte para frear a ação dos contrabandistas e sempre são bem-vindas aos órgãos fiscalizadores. “Normalmente, os animais apresentam características de estresses e de terem se submetido a maus-tratos, tanto na fase de captura (lesões pelo corpo), como transporte (aprisionamento em locais de tamanho limitado, falta de alimentação, água)”, diz.

Leia mais na edição deste domingo do Jornal da Paraíba

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Jornal da Paraíba

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