VIDA URBANA
Transtorno obsessivo compulsivo atinge 70 mil paraibanos
Transtorno Obsessivo Compulsivo é considerado uma grave doença que causa dificuldades de relacionamento, de concentração e ainda pode deixar os portadores incapacitados profissionalmente.
Publicado em 12/02/2012 às 12:00
Lavar as mãos a todo o momento, verificar por diversas vezes, antes de sair, se portas, janelas e botijão de gás estão bem fechados e não conseguir trabalhar direito numa mesa repleta de papéis e objetos desarrumados. Apesar de aparentemente inofensivas, atitudes como estas podem indicar a presença do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), um problema de saúde que acomete 74 mil paraibanos, atualmente, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Pouco conhecido, o TOC é considerado pelos especialistas como uma grave doença mental que causa dificuldades de relacionamento, de concentração e ainda pode deixar os portadores incapacitados profissionalmente, segundo a OMS.
Ele é causado principalmente pela ansiedade e obriga as pessoas a repetirem as ações de forma excessiva. Se não tiver tratamento, pode evoluir para a depressão.
“A característica principal do TOC é a presença de obsessões e compulsões, que se fazem presentes através dos pensamentos, imagens ou impulsos que envolvem a mente e geram ansiedade ou desconforto. As pessoas adotam comportamentos ou atos mentais repetitivos, para reduzir a aflição que acompanha as obsessões”, detalha a psicóloga e professora da Universidade Federal da Paraíba, Mônica Dias Palitot.
O portador do TOC repete determinadas ações, por sentir dúvidas, preocupações, medo e aflição excessivamente, segundo a psicóloga. É o exemplo daquela pessoa que precisa sair de casa, mas teme que ocorra algum mal ao imóvel ou a sua família durante a ausência. Por isso, ela verifica por diversas vezes se as portas estão bem trancadas. E, mesmo que todas as entradas estejam fechadas, ainda não há sensação de segurança. Em alguns casos, a preocupação e a angústia são tantas que o dono volta da rua para analisar novamente se deixou a casa fechada.
Segundo Mônica Dias, isso ocorre porque o portador do TOC sofre os efeitos da obsessão e compulsão. Esses dois sentimentos, quando se juntam, causam dúvidas, que são seguidas por verificações e aflições excessivas. Quem desconhece o problema, atribui os cuidados em excesso às manias, que costumam aparecer na adolescência e acompanham até a fase adulta.
“TOC é uma doença crônica que, sem tratamento, acompanha a vida toda. Em 10% dos casos, ele tende a se agravar, podendo incapacitar os portadores para o trabalho e acarretar sérias limitações à convivência com a família”, completa a psicóloga.
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