VIDA URBANA
Transtornos nos ônibus de JP
Novo equipamento não fez a leitura dos cartões de 'Passe Legal'; Muitos usuários reclamaram dos atrasos e pontos ficaram lotados.
Publicado em 09/06/2012 às 6:00
A substituição dos equipamentos de bilhetagem eletrônica dos ônibus de João Pessoa, que começou a vigorar ontem, causou transtornos aos passageiros, sobretudo nas primeiras horas do dia, pois o novo equipamento não fez a leitura dos cartões de 'Passe Legal'. Muitos usuários chegaram a perder o horário de trabalho, em virtude do atraso dos ônibus. As paradas ficaram lotadas e o terminal de integração também registrou movimento intenso.
No final da manhã, a situação já estava mais tranquila, conforme foi observado pela reportagem e confirmado pela Associação das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de João Pessoa (AETC-JP). No entanto, à tarde a movimentação maior foi no posto da AETC localizado na avenida 13 de Maio, Centro. A fila para troca dos cartões que não foram lidos pelo novo equipamento chegou a dobrar o quarteirão.
Conforme os passageiros, houve constrangimento porque os cartões de 'Passe Legal' não estavam sendo reconhecidos pelo novo maquinário. “Depois de 40 minutos esperando o ônibus que faz a linha 517, quando ele chegou o leitor não reconheceu meu cartão. Falei para o cobrador que tinha que entrar de graça e ele deixou”, contou a recepcionista Goretti dos Santos, que chegou meia hora atrasada no trabalho. “Geralmente o ônibus passa em cinco minutos”, contou.
Além disso, os passageiros que não tiveram os cartões reconhecidos pelas novas máquinas de leitura eram orientados a entrar nos ônibus pela porta da frente, o que também causou atraso nas viagens.
A pedagoga Audrey Araripe também não conseguiu passar o cartão e teve que ir até a AETC fazer a troca, após descer de três ônibus. “Eu não sabia que podia entrar pela porta da frente, então quando o cartão não funcionava eu descia e esperava outro.
Somente no quarto veículo é que o cobrador me orientou a procurar a AETC para trocar o cartão”, relatou Audrey, ao acrescentar que conseguiu atendimento rápido na associação.
O mesmo não aconteceu com Bruno Leonardo, que esperou cerca de 40 minutos para adquirir um outro 'Passe Legal'. “Vou chegar atrasado no trabalho”, lamentou, enquanto esperava o ônibus na integração. No período da tarde, a situação piorou e, conforme relato dos usuários, as pessoas esperaram mais de uma hora na fila para efetuar a troca. A falta de informação sobre o período de troca dos cartões também causou insatisfação entre os passageiros que aguardavam o atendimento. “Estou aqui há quase duas horas e até agora não veio ninguém para me dizer se posso trocar o cartão outro dia”, reclamou a vendedora Betânia Ribeiro.
O funcionário público Cid Teixeira, que nas duas vezes em que utilizou os coletivos teve que esperar um longo tempo até que o cartão dele fosse reconhecido pelo sistema, opinou que os equipamentos não deveriam ter sido substituídos todos de uma vez. “Foi a manhã tendo constrangimento. Teve gente que veio do Valentina até a Epitácio Pessoa (na linha 5120) imprensado entre a catraca e a porta porque o cartão não passou e o cobrador não deixou entrar pela porta da frente. Quem não tinha dinheiro para pagar teve que ficar nessa situação horrível, eu acabei conseguindo passar o meu cartão para uma jovem porque fiquei sensibilizado com o aperto que ela tava passando”, detalhou Cid.
O tumulto para a troca dos cartões também interferiu na venda das passagens e lotou os guichês de atendimento dos postos onde estão sendo realizadas as trocas. A estudante Josilene Matias teve que percorrer três postos somente no Centro da capital na tentativa de recarregar o passe estudantil. “Estou andando há mais de uma hora e ainda não consegui recarregar o cartão por conta desse tumulto”, relata.
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