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VIDA URBANA

Tratamento de coluna menos invasivo vem ganhando espaço

Entre os 300 pacientes atendidos no centro especializado do Hospital do Coração, só um foi encaminhado para cirurgia.

Publicado em 20/05/2012 às 8:00

Há muito mais entre os remédios e as cirurgias para tratar as dores nas costas, problema que, segundo pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública, atinge um terço dos brasileiros adultos. Os tratamentos pouco invasivos, feitos com agulhas ou incisões mínimas, estão ganhando espaço em consultórios e hospitais.

Segundo o médico fisiatra João Amadera, entre os 300 pacientes atendidos no centro especializado em tratamento de coluna aberto no fim do ano passado no Hospital do Coração, só um foi encaminhado para cirurgia. Nos outros casos, fisioterapia e injeções de medicamentos diretamente no ponto de origem da dor bastam.

Outra opção é a "queima" de nervos que podem ter tido um crescimento anormal e se tornam fonte de dor. Depois disso, o paciente pode ser encaminhado para fisioterapia. "O importante é quebrar o ciclo da dor e corrigir a postura", afirma Amadera. O exame físico detalhado e o histórico da dor dão pistas melhores sobre a origem do problema do que a análise isolada de exames de imagem, diz o neurocirurgião Joel Augusto Ribeiro Teixeira.

Para ele, ainda é comum uma visão simplista das dores da coluna. "Parece que sempre é hérnia de disco ou dor muscular.

Ou se opera ou faz fisioterapia. Mas há muitos estágios intermediários", afirma o médico.

Teixeira diz que o tratamento da dor na coluna deve ser escalonado: primeiro é preciso tentar as terapias conservadoras, como o uso de remédios e fisioterapia. Os procedimentos minimamente invasivos vêm depois e, em último caso, a cirurgia.

No entanto, de acordo com o fisiatra João Amadera, muitos pacientes recebem indicação de cirurgia sem necessidade.

"Menos de 5% das hérnias de disco precisam de cirurgia. Cerca de 90% são reabsorvidas sozinhas."

Luís Eduardo Munhoz da Rocha, presidente do Comitê de Coluna da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, afirma que os tratamentos pouco invasivos têm indicações pontuais, e o mais importante é mudar hábitos e fortalecer a musculatura que sustenta a coluna.

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Jornal da Paraíba

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