Trauma de CG atende mais de 10 mil vítimas de acidente de moto

O mototaxista Sebastião Costa, 52 anos, estava voltando para casa de moto após um dia de trabalho, quando acabou sofrendo um acidente de trânsito. Atingido por outra motocicleta, ele se desequilibrou, caiu e quebrou a perna, entrando para uma estatística preocupante em Campina Grande: a das vítimas de acidentes envolvendo esse veículo. Para se ter uma ideia, somente no Hospital de Emergência e Trauma da cidade foram atendidos mais de 10 mil pacientes de janeiro de 2015 ao mês de junho desse ano, todos por conta de acidentes de moto, segundo dados da unidade hospitalar.

Ainda conforme o Hospital de Trauma, somente no primeiro semestre desse ano, 4.833 pacientes foram atendidos na unidade em virtude de acidentes envolvendo motocicletas. Se comparado com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 5.212 ocorrências dessa natureza, houve uma redução de 7,84%, mas os números ainda são considerados como elevados e preocupam. “Os números são exorbitantes em relação aos outros atendimento. Tivemos 98 acidentes de motos atendidos no Trauma somente este fim de semana. Muitas vezes eles ficam com sequelas e precisam recorrer a aposentadorias”, enfatizou o diretor técnico do hospital, José Bezerra.

O caso de seu Sebastião, por exemplo, aconteceu há nove messes, mas até hoje ele sente as consequências do acidente. Foram seis meses sem poder conduzir a moto, que é o seu instrumento de trabalho e única fonte de renda da família, e agora ele precisa fazer um acompanhamento com fisioterapeutas três vezes por semana para recuperar a perna que ficou debilitada. Além disso, o trauma do momento do acidente também o acompanha por onde quer que passe. “A gente fica com medo e com mais atenção no trânsito”, pontuou seu Sebastião.

As ocorrências atendidas no Hospital de Trauma de Campina Grande são em sua maioria oriundas de outras cidades, correspondendo a cerca de 70% dos atendimento. Os outros 30% são de casos registrados no próprio município. Isso porque a unidade hospitalar é referência em trauma para 203 cidades da Paraíba, além de alguns municípios do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. Em média, 400 pacientes são atendidos diariamente no hospital e o Governo do Estado investe mensalmente cerca R$ 11,5 milhões para a manutenção do local.