VIDA URBANA
Tuberculose atinge mais de cinco mil pessoas na Paraíba e mata 41
Segundo a Saúde estadual, os casos foram registrados nos últimos cinco anos. Mortes são referentes apenas a 2014.
Publicado em 03/11/2015 às 8:24
Uma doença considerada milenar, que ainda vem acompanhada de um forte estigma para seus pacientes, mas que ainda persiste e tem feito milhares de vítimas. Essa é a tuberculose, que nos últimos cinco anos atingiu 5.131 pessoas na Paraíba e que no ano passado provocou 41 mortes. Mesmo tendo um elevado percentual de cura, a doença ainda registra um percentual de 10,1% de abandono do tratamento.
Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde que revela também que o número de novos casos diagnosticados na Paraíba de 2011 até 2014 tem se mantido sempre acima de mil e este ano já foram registrados até setembro 737 casos.
Mesmo com o tratamento de fácil acesso estando disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), o percentual de abandono ainda é elevado para uma doença considerada totalmente curável. Na Paraíba, a média está em 10,1%, mas em alguns municípios, como Campina Grande, ele tem variado nos últimos anos entre 12% e 13%.
A coordenadora do Serviço de Referência para Diagnóstico e Tratamento de Tuberculose e Hanseníase de Campina Grande, Jane Eire Rocha, explica entre os segmentos que mais abandonam o tratamento da tuberculose estão os usuários de drogas e os alcoolistas. O estigma social de que são vítimas os pacientes das doenças e a desinformação da população sobre o problema contribuem consideravelmente, segundo Jane Rocha, para a existência de um considerável número de pessoas infectadas com a doença e que estão sem tratamento.
Não existe uma estimativa sobre falta de notificação de novos casos de tuberculose, mas outra dificuldade dos serviços de saúde para enfrentar a doença é a subnotificação. “Várias pessoas morrem vítimas da enfermidade e os profissionais de saúde atestam outras causas. Só com uma investigação do caso descobrimos que o falecimento foi por tuberculose”, revelou a especialista.
Mesmo sendo uma profissional da área de saúde, a bióloga e especialista em análises clínicas Patrícia Pinheiro contraiu a doença em 2006 e revela que viveu momentos de angústia depois que teve a certeza do diagnóstico positivo. “A gente vê a questão da tuberculose rapidamente na graduação e imaginei que deveria tomar aquelas medidas desnecessárias de isolamento e sofri com o falso risco de contaminar familiares”, garante.
ONDE CONSEGUIR TRATAMENTO
O Hospital Clementino Fraga, em João Pessoa, é o serviço de referência de maior complexidade no Estado. O atendimento acontece no Ambulatório de Pneumologia Sanitária, que possui uma equipe multiprofissional. Em Campina Grande, existe o Serviço Municipal de Diagnóstico e Tratamento da Tuberculose e Hanseníase, no bairro da Prata, que conta uma equipe multiprofissional com dermatologistas, pneumologista e enfermeiros. Em Patos, o serviço é a Policlínica Frei Damião, no Centro. Em Sousa, a referência é a Policlínica Miriam Gadelha. Todas as unidades do Saúde da Família também realizam o atendimento primário para a população, que em seguida é encaminhada para os serviços de referência.
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