VIDA URBANA
Último suspeito de participação na morte de dois integrantes do MST é preso
Segundo a Polícia Civil, a investigação do crime está encerrada com essa prisão.
Publicado em 22/05/2019 às 8:27 | Atualizado em 22/05/2019 às 15:58
O último suspeito de envolvimento no duplo assassinato de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra na Paraíba (MST-PB), ocorrido em dezembro de 2018, foi preso nesta terça-feira (21), na cidade de Bayeux, na Grande João Pessoa. Segundo a Polícia Civil, a prisão de José Aurélio Gomes Melo, de 34 anos, encerra a Operação Ampulheta, que tinha sido deflagrada na sexta-feira (17). Três pessoas já tinham sido presas.
Segundo Aneilton Castro, delegado da seccional de Polícia Civil em Alhandra, José Aurélio era o único suspeito que faltava ser preso na Operação Ampulheta. “Com essa prisão a Polícia Civil conclui a Operação Ampulheta, cumprindo todos os mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão”, destacou.
Além de José Aurélio, que foi preso na casa de uma tia em Bayeux, já tinham sido presos Rawlinson Bezerra de Lima, conhecido como Ralph, Leandro Soares da Silva e Maria de Fátima Santos, que tem uma ligação muito próxima com os mandantes do crime e teria participação direta no assassinato.
Briga por extração de areia
Segundo a investigação da Polícia Civil, a morte dos integrantes do MST foi causada por por uma discussão envolvendo extração de areia no acampamento.
A delegada Flávia Assad, que investiga o caso, disse que a extração é feita com permissão do MST. Para que haja a exploração, os areeiros precisam fazer um pagamento de R$ 2 mil por mês ao movimento. Uma das pessoas que realizava a extração não estava fazendo o repasse e ainda estava retirando a areia de forma clandestina durante a madrugada. Os dirigentes do MST José Bernardo da Silva, que era conhecido como Orlando, e Rodrigo Celestino descobriram a extração irregular e proibiram que ele continuasse a prática.
O homem que estava retirando a areia de forma irregular era Rawlinson Bezerra de Lima, conhecido como Ralph. Após ser barrado pelos dirigentes do MST, segundo a delegada, ele planejou a morte dos dois homens.
O Crime
José Bernardo da Silva e Rodrigo Celestino foram mortos a tiros por homens encapuzados e fortemente armados que invadiram o acampamento Dom José Maria Pires. O crime aconteceu no momento em que as duas vítimas estavam jantando. O acampamento fica na fazenda Garapu e o local está ocupado pelas famílias desde julho de 2017.
José Bernardo da Silva, que era conhecido como Orlando, era um dos diretores do MST na Paraíba. Ele não morava no Acampamento Dom José Maria Pires e estava visitando o local quando acabou sendo assassinado. Ele foi o segundo membro da família ligado a movimentos sociais vítima de assassinato. Em 2009, o irmão dele, Odilon Bernardo, que integrava o Movimento dos Atingidos por Barragens na Paraíba (MAB/PB) foi assassinado em uma emboscada. Depois disso, um outro irmão deles, Osvaldo entrou no programa de proteção aos defensores dos direitos humanos.
A outra vítima, Rodrigo Celestino, tinha 38 anos, e morava no acampamento onde aconteceram os assassinatos.
Comentários