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VIDA URBANA

Unidades em situação precária

Falta de estrutura física adequada e de pessoal na UPA e no João Mariscano preocupa população; Promotoria da Saúde investiga.

Publicado em 01/11/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:37

O Pronto Atendimento Geral de Santana (UPA) e o Materno Infantil João Marsicano (maternidade), unidades de saúde localizadas em Bayeux, Região Metropolitana de João Pessoa, estão funcionando com precariedade e prejudicando a população local, segundo a Promotoria de Saúde do município, que movimenta um inquérito civil, há mais de ano, sobre a estrutura física inadequada das duas unidades de saúde.

Entretanto, outros problemas, como falta de pessoal, também foram identificados recentemente durante inspeção, interditando alguns serviços.

Na UPA, o atendimento é de emergência 24h, mas sem internamento. Já o Materno Infantil, faz internação, mas como o próprio nome sugere, somente para mulheres e crianças. A promotora da Saúde e Meio Ambiente de Bayeux, Maria Edlígia Chaves Leite, explicou que as duas estruturas estavam com problemas e que já haviam passado por várias outras fiscalizações e interdições, mas que a situação do pronto atendimento estava ainda mais complicada, já que não tinha condições de receber a população por falta de infraestrutura e que por isso ficou acordado com a prefeitura que o atendimento da UPA seria transferido temporariamente para o Materno Infantil.

“Em fevereiro deste ano, fizemos reunião com a nova gestão municipal e acordamos a transferência, por 45 dias, da emergência do Geral de Santana para o Materno, mas esse prazo já passou, o município não retornou para a UPA e ela continua sendo realizada provisoriamente e precariamente dentro do Materno, que também já tinha problemas”, detalhou ao acrescentar que uma nova fiscalização será feita, mas não divulgou a data.

Com os problemas, a população de Bayeux precisa recorrer aos serviços de saúde ofertados nas cidades vizinhas como João Pessoa e Santa Rita, por conta do fechamento do hospital no período noturno, cancelando o atendimento do Pronto Atendimento após as 19h, conforme esclareceu a promotora. É o caso de Eriberto Regis da Silva, 54 anos, que se sente prejudicado, como fez questão de ressaltar. “A situação está péssima, tem muitos problemas. Faltam médicos, falta infraestrutura. Além disso, quem precisa de atendimento à noite tem que ir para João Pessoa”, declarou.

Já Maria do Carmo, 53 anos, mora em Bayeux desde que nasceu e lamentou. “Desde que me entendo de gente, esse é o pior momento que a saúde daqui vive. Estamos sendo prejudicados e perdendo o direito de ter acesso à saúde”, disse.

Segundo Edlígia Leite, a última inspeção no Materno Infantil João Marsicano foi realizada último dia 10 de outubro, em conjunto com o Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB) e Vigilância Sanitária Estadual, e resultou na interdição do serviço de esterilização do hospital, “que não tinha sequer uma enfermeira responsável”, e com isso as cirurgias também foram suspensas, mas que o Coren já suspendeu essa interdição. “Agora, estamos aguardando o relatório da Vigilância, pois caso o município não adeque as unidades às normas de saúde, faz-se necessária a impetração de uma ACP (Ação Civil Pública) no Poder Judiciário para que as adequações sejam atendidas”, disse.

"AQUI É UMA MATERNIDADE, NÃO HOSPITAL"

O diretor-administrativo do Hospital Materno Infantil João Marsicano, Misael Francisco, disse que a unidade está atendendo de forma precária porque não funciona para o fim que foi construído. “Aqui é uma maternidade, não um hospital. Não atendemos emergência, nem fazemos internamento porque é uma maternidade, não temos estrutura para emergência”, afirmou. “O nosso quadro de profissionais está completo”, acrescentou.

Já a adjunta da Secretaria de Saúde de Bayeux, Fátima Amorim, disse que para tentar desafogar os atendimentos que estão sendo realizados na maternidade, quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) passarão a funcionar das 17h às 21h e que após esse horário, quem precisar de atendimento médico deverá ir até a maternidade para um suporte inicial e para que seja feito o encaminhamento para Santa Rita e João Pessoa. “Além disso, no próximo mês de dezembro será iniciada a construção de uma UPA, cujo prazo de conclusão ainda será definido após uma reunião que teremos com a equipe de engenharia, que avaliará o tempo hábil para construção e inauguração”, declarou.

PROTESTO

Em virtude dos problemas enfrentados na saúde do município, uma manifestação está marcada para acontecer amanhã, a partir das 9h, em frente ao hospital municipal. O 'Grito da Liberdade Bayeux', que pretende ser uma grande manifestação pacífica que está sendo organizada por uma comissão formada por entidades e movimentos sociais. O objetivo é protestar contra o 'caos' em que se encontra a saúde do município de Bayeux, especialmente com o fechamento do hospital cancelando o atendimento do Pronto Atendimento após as 19h.

A manifestação ficou acordada após uma reunião proposta pelo ativista social Leo Micena, na última terça-feira, na sede do Sindicato dos Trabalhadores de Bayeux (Sintramb).

“Cada um aqui está fazendo a sua parte diante dessa triste situação que afeta nossa saúde e milhares de bayeuxenses.

Vamos exercer nossa cidadania e queremos convidar aquelas pessoas que querem ver o hospital aberto atendendo o povo a estarem conosco nesta luta”, declarou Micena.

Na reunião, o dirigente sindical Antônio Radical exibiu um extrato das receitas do município durante o ano de 2013 e lamentou que os recursos que chegam aos cofres do município não sejam convertidos para investimentos em saúde.

SAIBA MAIS

A promotora da Saúde acrescentou que o inquérito civil que está em andamento, há mais de ano, especifica vários problemas enfrentados nas unidades hospitalares, como a ausência de Alvará emitido pelo Corpo de Bombeiros Militar, que atesta os padrões de segurança, falta de pessoal em vários setores, infiltrações e ainda, por falta de profissionais e outros quesitos, o funcionamento de apenas 19 leitos, quando a capacidade total é de 40.

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Jornal da Paraíba

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