VIDA URBANA
Universidades da PB fazem mapa da evasão
Evasão tem sido uma preocupação para a administração das instituições, que deverão apresentar ao MEC o relatório com os índices.
Publicado em 17/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:30
As universidades públicas da Paraíba vão realizar um levantamento para identificar a quantidade de alunos que desistem dos cursos superiores. A evasão tem sido uma preocupação para a administração das instituições, que deverão apresentar o relatório com os índices até o fim deste ano ao Ministério da Educação (MEC). O objetivo é encontrar mecanismos que possam combater o problema.
O plano terá a participação das universidades Estadual da Paraíba (UEPB), Federal de Campina Grande (UFCG), Federal da Paraíba (UFPB) e Instituto Federal da Paraíba (IFPB), cujos reitores trataram sobre o assunto na última segunda-feira.
Somente na UFCG, o índice de evasão atinge os 20%, conforme afirmou o pró-reitor de Ensino Luciano Barosi, sendo maior em cursos da área de humanas e tecnologia. Metade deste índice é registrado no primeiro ano, quando os alunos percebem que fizeram a escolha errada. A outra metade está relacionada à dificuldade de aprendizagem, questões financeiras e problemas oriundos da educação básica.
Conforme o pró-reitor da UFCG, medidas estão sendo adotadas.
“Há os programas de bolsas, como o PIBID, PIBIC e PET e estamos buscando executar o programa de tutoria, no qual um professor pode ter alunos tutores que auxiliem outros alunos e recebem uma bolsa de estudos”, afirmou.
Segundo o reitor da UEPB, Rangel Júnior, os índices de evasão são muito distintos entre os diversos cursos da instituição e os motivos vão desde as dificuldades de acompanhamento do curso até as de identificação com as profissões. “A UEPB está criando um Grupo de Trabalho Permanente para estudos e pesquisas sobre evasão na universidade e indicação de políticas que venham a minimizar o problema”, disse.
Ele salientou que na UEPB a evasão é elevada em cursos como Odontologia e Matemática.
O reitor explicou que as instituições estão realizando levantamentos específicos dos índices e que, por enquanto, não há como divulgar uma informação geral. Ele também contou que o Fórum de Reitores será criado formalmente por meio de um ente jurídico.
NA UFPB E NO IFPB
Os números também são preocupantes na UFPB. Segundo a pró-reitora de graduação, Ariane Sá, a taxa média de evasão está em torno de 30% nos cursos de graduação, índice igual à média nacional. Contudo, ela explica que não há levantamento estatístico atualizado sobre o tema. A instituição está realizando uma pesquisa interna junto aos diretores de Centros de Ensino para atualizar o dado. Entre os principais motivos apontados para evasão estão desde a escolha inadequada do curso pelos alunos, até as condições socioeconômicas dos estudantes que na maioria vêm de famílias com renda inferior a cinco salários mínimos e que ao arrumar um emprego não consegue compatibilidade de horário entre o curso e o trabalho.
O vice-reitor da UFPB, Eduardo Rabenhorst, explicou que no encontro de reitores ficou definido que uma das metas do Fórum de Dirigentes das Universidades Públicas da Paraíba é o diagnóstico do ensino superior da Paraíba.
O pró-reitor de Ensino do IFPB, Paulo de Tarso, diz que os alunos vivem várias situações, que acarretam evasão, uma delas é a falta de condições financeiras. “Para isso existem bolsas em várias áreas, desde alimentação, transporte e moradia, com o intuito de garantir que o estudante permaneça na universidade”, afirmou.
Além dessa questão, o pró-reitor também contou que a dificuldade em acompanhar matérias específicas como Matemática e Física, provocam a desistência dos alunos. “A nossa instituição é conhecida pela área de Tecnologia, que exige um esforço maior nessas matérias. Temos ações que têm o intuito de diminuir a evasão e criaremos mais condições através desse plano”, explicou. Dentro das ações do IFPB está o Processo Seletivo Especial, onde alunos desistentes que desejam migrar para outros cursos, podem fazê-lo através de um teste de Português e apresentação do histórico escolar. (Colaboraram Tatiana Brandão e Luzia Santos)
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