VIDA URBANA
Universitária foi morta por não conseguir entregar relógio durante assalto, diz pai
Dupla em moto abordou a jovem próxima a uma padaria e realizou disparo, na noite da quarta (15).
Publicado em 16/02/2017 às 10:14
"Acho que foi o estado por não conseguirem tirar o relógio [dela], aí na medida da violência efetuou o disparo na minha filha", disse o sargento B. Silva, pai da estudante Meirylane Thaís, de 19 anos, que foi morta com um tiro na cabeça após um assalto próximo a uma faculdade particular, no bairro de Tambiá, em João Pessoa.
Segundo o pai de Meirylane, ela e uma amiga iam lanchar numa padaria próxima da faculdade, e, antes de chegar no local, dois homens em uma moto modelo Bros, de cor branca, passaram do lado contrário e as observaram. "Eles fizeram a volta repentina. A amiga notou algo estranho e percebeu que poderia ser um assalto. Então ela correu e gritou 'corre, Meiry, que é um assalto', mas não deu tempo, eles chegaram logo abordando ela, explicou o pai.
Ainda conforme B. Silva, a amiga foi para um local e pediu ajuda a um homem, dizendo que estava acontecendo um assalto, quando houve o disparo. "Roubaram da Meiry a bolsa e tentaram arrastar o relógio do pulso, mas não conseguiram. Nem o celular, porque ela era orientada por mim para não transitar com ele nem na bolsa e nem na mão, o aparelho estava dentro da calça", afirmou o pai.
Meirylane Thaís fazia o curso técnico em radiologia, em Itabaiana, e iria se formar recentemente. Estudava de manhã, estagiava no Hospital Regional Itabaiana de tarde, e à noite cursava Biomedicina na Faculdade Internacional da Paraíba (FPB). "Ela chegava de meia-noite em casa. Não trabalhava, só fazia estudar", disse B. Silva.
Mesmo sendo sargento da Polícia Militar, o pai da jovem revela preocupação com a segurança. "A gente nunca espera acontecer com a gente. Mas estamos vendo nos dias de hoje a fragilidade tão grande das leis. A gente fica até surpreso e com medo nessa sociedade", disse B. Silva.
Insegurança
Sobre o sentimento com a perda da filha, B. Silva se divide entre a pena e a esperança de leis mais rígidas. "Na condição de pai, eu diria que tenho pena de pessoas desse tipo. Na posição de policial, como eu disse nunca pensamos que vai acontecer com a gente", resumiu. "As leis devem ser mudadas, para que as polícias possam ter mais rigidez quanto as penas, para que não fique tão facilitada a violência, de um modo que ele não sinta medo nem da força pública", completou.
Segundo o pai da estudante, o corpo da jovem já foi liberado. O velório e o enterro vão ser realizados na cidade de Itabaiana, no Agreste paraibano.
Aulas suspensas
A Faculdade Internacional da Paraíba (FPB) havia suspendido a continuidade das aulas já na noite da quarta-feira (15). A suspensão das aulas continua nesta quinta-feira e serão retomadas apenas na sexta-feira (17). Uma calourada que estava marcada para acontecer na sexta-feira (17) também foi cancelada.
A FPB divulgou uma nota onde lamenta profundamente o falecimento da aluna - que era estudante da instituição. Confira nota da FPB na íntegra:
"A Faculdade Internacional da Paraíba (FPB) confirma a tentativa de assalto, que vitimou uma estudante da instituição, na noite desta quarta-feira (15), em uma rua próxima ao campus, localizado no bairro de Tambiá. A FPB lamenta profundamente o falecimento da aluna, tão jovem, vítima da violência. A instituição se solidarizou com à família e se colocou à disposição para ajudar as autoridades no que for necessário para as investigações."
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