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VIDA URBANA

Urbanização atrasada em comunidade da capital

Obras na 'Maria de Nazaré' deveriam ter sido entregues há um ano e seis meses, diz placa.

Publicado em 26/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/03/2024 às 10:54

O prazo afixado na placa denuncia: as obras de urbanização integrada da Comunidade Maria de Nazaré, no bairro dos Funcionários III, deveriam ter sido entregues pela Prefeitura de João Pessoa há um ano e seis meses. A construção das 119 unidades habitacionais, e demais melhorias, foram iniciadas em fevereiro de 2012, mas apenas 26% do projeto foi executado. Os moradores reclamam da demora para receberem os novos imóveis.

O projeto da comunidade Maria de Nazaré consiste na ampliação de vias de acesso, pavimentação e drenagem, esgotamento sanitário, contenções, criação de áreas de convivência, como praças, além da reconstrução e construção de unidades habitacionais, que devem beneficiar cerca de 650 famílias. A obra está orçada em R$10.818.024,33 e compreende dois tipos de construções: no primeiro modelo, serão erguidas 97 unidades de 37 a 38 metros quadrados (m²), com dois quartos, sala, banheiro, cozinha e área de serviço; já no segundo modelo são 22 apartamentos isolados, com água e energia individuais, dois quartos, sala, banheiro, cozinha e área de serviço.

Um colaborador da empresa responsável pela obra, a Serviços de Engenharia e Construções Ltda. (Senco), que preferiu não se identificar, explicou que os funcionários estão de braços cruzados porque a Prefeitura não estaria pagando à empresa há exatamente um ano. “Não temos como sobreviver sem recursos, nem para pagar os funcionários, nem para comprar o material”, explica. A obra está orçada em R$ 9 milhões e não tem previsão de entrega.

Ednilsa Simões da Silva mora na comunidade há 23 anos e foi uma das que tiveram a casa derrubada para a construção das unidades habitacionais e comenta que acompanha o trabalho arrastado dos pedreiros. “Fez 2 anos no dia 6 de agosto que eu saí da minha casinha para derrubarem e construírem e não terminaram mais. Vem um funcionário, catuca em um canto, depois vem outro, e nada de terminar. Queremos nosso canto.

Era para ter gente da comunidade trabalhando nisso, que logo ficava pronto”, reclama. Dentre os moradores, há também os que estão descontentes por terem que mudar de bairro. Uma delas é Maria José Cavalcanti da Silva, que lamenta ter de mudar de lugar quando as casas forem entregues. “Me deram auxílio-alimentação e me prometeram uma casa, só que é nas unidades do Colinas do Sul e eu queria ficar na Maria de Nazaré. Não quero me mudar, mas eles não querem nem saber”, afirma.

Já a moradora Jéssica Félix, que mora há 5 anos na comunidade, espera ansiosa para ter seu novo imóvel. “Minha casa já foi condenada algumas vezes. Já colocaram placa e tudo, mas depois retiraram. Tenho esperança ainda de morar num canto bom. Minhas paredes estão todas rachadas e eu sem saber se vale a pena reformar ou não porque ninguém da Prefeitura fala nada para a gente”, comenta.

O secretário-executivo da Habitação de João Pessoa, José Marques da Silva Mariz, explicou que a Caixa Econômica é quem libera os recursos, e apenas quando a obra corresponde ao projeto. “Mandamos para a Caixa as medições e ela liberou R$ 300 mil há 3 meses. Esta semana liberamos um novo pedido à Caixa, que deve liberar R$ 1 milhão. As obras estão andando. Quando a recebemos ano passado estava só com 5% concluída. Agora já estamos em 26%”, justifica.

O problema também, segundo Mariz, é a resistência de alguns moradores. “Tivemos problemas com traficantes que tentaram impedir o avanço da obra. Agora que eles morreram, em briga entre gangues, a comunidade está em paz e assim as obras podem avançar”, comenta.

FAMÍLIAS RECEBEM AUXÍLIO MORADIA

Para que as unidades habitacionais fossem construídas, muitos moradores tiveram que deixar suas casas. Enquanto os novos imóveis não ficam prontos, eles estão recebendo um auxílio-moradia, pago pela Prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). A burocracia na mudança da forma para recebimento do dinheiro tem aborrecido a comunidade.

Um dos possíveis beneficiários, o morador Edmilson de Aquino reclama da burocracia para receber o auxílio-moradia.

“Derrubaram minha casa para construir esse prédio, prometendo me dar um apartamento, mas até agora nada.

Estou de aluguel faz tempo. Recebo apenas R$ 200,00 e mesmo assim há dois meses deixaram de depositar direto na minha conta. Agora tenho que sacar no banco e depois ainda ir na Prefeitura assinar um papel. Só quero ter meu canto. Moro numa casa toda rachada e não posso nem reformar”, conta.

Já Ednilsa Simões da Silva reclama que a mudança na forma de receber o auxílio tem feito com que ela atrase o pagamento do aluguel. Mês passado acabei pagando do meu bolso porque o dinheiro não tinha saído ainda. Depois soube da mudança e acabei recebendo”, explica.

A assessoria da Sedes explicou que a forma de pagamento do auxílio mudou porque antes era pago pela empresa responsável pela obra e que agora é pago pela Prefeitura. A alteração, segundo a Sedes, foi devido aos constantes atrasos no pagamento.

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Jornal da Paraíba

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