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VIDA URBANA

Vacinar prematuro evita morte

Imunização contra vírus, que causa infecções respitratórias em bebês prematuros, pode reduzir mortalidade; rede pública não dispõe da vacina.

Publicado em 19/09/2012 às 6:00


Entre janeiro e agosto deste ano, 493 crianças morreram na Paraíba, antes de completar um ano de idade. A média foi de dois casos por dia.

O total corresponde a 57,2% dos 893 óbitos dessa faixa etária registrados no ano passado, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Entre as causas da mortalidade, estão o parto prematuro, que aumenta infecções e reduz as defesas naturais do organismo do recém-nascido.

Para reduzir essas estatísticas, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) realizou em julho passado, na Paraíba, uma campanha para conscientizar médicos e pacientes sobre a importância de imunizar o prematuro contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

O VSR, que atua principalmente entre os meses de abril a setembro, causa infecções respiratórias que são apontadas por especialistas como as principais causas de morte entre bebês que nascem antes de completar os nove meses de gestação.

Segundo a pediatra e membro da Sociedade Paraibana de Pediatria, Kátia Laureano, a vacina contra o vírus não está disponível na rede pública de saúde.

“A maior mortalidade de recém-nascidos ocorre por infecções respiratórias ou distúrbios respiratórios. O vírus Sincicial Respiratório pode causar diversos problemas respiratórios e acomete mais os prematuros, que devido à baixa imunidade, ficam mais suscetíveis”, afirma a médica.

“A vacina já existe há muito tempo, mas o problema é que ela tem um valor alto, que a torna quase inacessível a pessoas de baixa renda. Por isso, estamos reivindicando que ela passe a ser ofertada através do SUS (Sistema Único de Saúde), como forma de reduzir a mortalidade dos prematuros”, completou a médica.

Além da ausência da vacina na rede pública, outro fator que contribui para os registros dos óbitos é deficiência da assistência de saúde oferecida à mãe e ao filho. “A mortalidade infantil tem diminuído muito no Brasil, mas poderia cair ainda mais se as ações de prevenção fossem mais eficientes. Mas isso depende de muitos fatores, como os exames de pré-natal de mais qualidade; assistência segura na hora do parto e capacitação de médicos e enfermeiros para detectarem algum problema e tratá-lo antes de surgirem as complicações”, analisa.

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Jornal da Paraíba

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