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VIDA URBANA

Vizinhos em estado de choque

Thalysson estudava na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Irineu Pinto e morava com a bisavó, no bairro do Sesi, em Bayeux.

Publicado em 05/05/2015 às 6:00 | Atualizado em 09/02/2024 às 17:36

Segundo vizinhos, que ainda estão em estado de choque, Thalysson ia todos os dias cedo à Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Irineu Pinto, em Bayeux, onde estudava. No horário oposto ao das aulas, ele trabalhava ou brincava. “Quando não estava na escola, ele estava na rua brincando, jogando bola. A gente via que era um menino bom, de uma família preocupada com a sua criação. A gente ficou chocado”, revelou uma vizinha que também não quis se identificar.

Thalysson morava com a bisavó no bairro do Sesi, em Bayeux, por ser mais próximo da escola em que estudava. Ele estava no 9º ano do ensino fundamental e tinha o sonho de, um dia, cursar uma universidade. De acordo com o diretor da instituição, Moisés Faustino, ele sempre frequentava as aulas, era um aluno regular e ainda participava do time de basquete.

“Ele não apresentava problemas. Era um aluno regular. Não sabíamos de envolvimento nenhum com gangues, mas só o fato de morar em uma área às vezes já associam uma pessoa a uma gangue. Isso é triste”, comentou, acrescentando que foi decretado luto oficial de sete dias na instituição e que, devido ao fato, serão reforçadas as atividades de orientação dos alunos com relação à criminalidade.

POLICIAMENTO
Conforme o comandante da 6ª Companhia do 1º Batalhão, capitão Sidney Paiva, a área em que o crime ocorreu é conhecida por ter um forte comércio de tráfico de drogas. Apesar disso, ele não credita o crime à atuação de facções criminosas. “Não creditamos esse crime à ação de facções, mas aquela é uma área demarcada por eles para esse comércio. São grupos fragmentados. Ali a Polícia Militar é quem preserva a ordem social. Não eles”, afirmou.

Para realizar a segurança do bairro, o comandante explicou que são realizadas, constantemente, rondas com bloqueios policiais, por meio de um planejamento pensado para aquela área. Ele destacou que a polícia está trabalhando intensamente, tanto que já possui a indicação de um possível nome vinculado a esse crime. “Vinculamos inicialmente esse crime a um indivíduo conhecido por Jardel, comandante do tráfico nessa área. Intensificamos as ações no local e vamos dar uma resposta”, afirmou, ressaltando que os trabalhos realizados pela polícia no local ainda na madrugada de ontem resultaram na apreensão de uma pistola calibre 380 e na prisão de uma pessoa nas proximidades.

Análise da notícia

Por: Nilton Soares
psicólogo e pesquisador na área de violência e criminalidade

UMA DAS QUESTÕES MAIS GRAVES É QUE NÃO SE DISTINGUE MAIS O SUJEITO DO CRIME OU DA VIOLÊNCIA

"Esse tipo de excesso do crime, em que se mata uma pessoa inocente, demonstra uma grande representação do fracasso do Estado em todos os sentidos: educação, social, políticas de segurança. Isso chega ao alto limite do problema, pois você observa que a sociedade passa a ser definida de acordo com os nichos ecológicos do crime. Definem-se critérios de poder por meio do crime, com os criminosos se assumindo no direito do Estado. Uma das questões mais graves é que não se distingue mais o sujeito do crime ou da violência. Gangues e facções limitam os direitos de ir e vir e, psicologicamente, isso implica em algo ainda pior, pois as pessoas também passam a construir uma perspectiva social de que toda e qualquer pessoa pode ser um criminoso. Todos pensamos que, a qualquer momento, podemos ser vítimas. Eu penso que é preciso construir políticas públicas sistêmicas, que se deixe de trabalhar isoladamente, mas que as secretarias funcionem de forma convergente para poder sair do papel e permitir, novamente, à população, ter o direito de ir e vir".

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Jornal da Paraíba

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