COTIDIANO
W.J. Solha diz que política tem muito de religião. E que não adianta discutir
Publicado em 14/07/2016 às 5:43 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:48
Começo, hoje, transcrevendo texto que o escritor W.J. Solha postou no Facebook. Faz parte da série "Cenas Indeléveis".
Com a palavra, W.J. Solha:
QUANDO SUA OPINIÃO DIFERE DA DE TANTA GENTE QUE VOCÊ ADMIRA
Chico Buarque é o gênio criador – entre muitas outras coisas - da Ópera do Malandro e da música de Morte e Vida Severina. Kleber Mendonça Filho foi o roteirista e o diretor – entre outros filmes - de O Som ao Redor, de que tive a honra de participar: também gênio. Bastam-me esses dois exemplos.
Porque abomino Lula e Dilma, que os dois veneram, e ao me perguntar por que não me sinto desconfortável com isso, respondo-me que política tem muito, muito de religião, inclusive com seus relapsos, adeptos e fanáticos, e não adianta discutir nenhuma das duas.
O fato de T.S. Eliot – imenso poeta, e Tólstoi – romancista maior – terem alardeado suas conversões ao cristianismo, não me fez retroceder um passo do que escrevi a respeito do evangelho, nem de minha enorme admiração pelos dois.
Velhos exemplos: Pound, grande poeta, grande teórico da poesia: fascista. Heidegger, o filósofo: nazista. Coisas do ser humano.
Saliento o que digo em meu último livro publicado – DeuS e outros quarenta PrOblEMAS: - um bilhão e duzentos milhões de muçulmanos têm fé absoluta de que os quinze milhões de judeus – contra os quais são irados - estão errados, e de que também estão errados os dois bilhões e cem milhões de cristãos e os ateus e os pagãos, além dos trezentos e trinta milhões de budistas, novecentos milhões de hinduístas.
Assim como os dois bilhões e cem milhões de cristãos têm fé em que os outros é que estão errados, e isso vale pra todos os lados.
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