COTIDIANO
Weick desafia defesa: se confiam no direito, permita o julgamento do mérito
Advogados do PCB dizem que estrategia da defesa de Cássio é procrastinar e desafiam: "se o direito bom, por que não deixam que o TSE julgue o mérito?"
Publicado em 14/11/2008 às 16:02 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:41
Maurício Melo
Os advogado Fernando Neves e Carlos Madeira devem presidir a acusação contra o governador Cássio Cunha Lima (PSDB) no Tribunal Superior Eleitoral no Caso FAC, que deve ser julgado na próxima semana. A informação foi dada pelo advogado do PCB, Marcelo Weick, que fez a sustentação oral no julgamento que garantiu a cassação do governador no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.
Ele contou ainda que, além dos dois influentes advogados, uma grande equipe de outros juristas, incluindo ele, que podem participar ativamente no julgamento ou não. "Todos estamos preparados e acompanhando o caso desde o início. Assim, dependendo da estratégia, qualquer um de nós pode falar no TSE", disse.
Ele voltou a dizer que "o que a Paraíba toda espera" é que o mérito seja julgado. Para ele, a estratégia de defesa é procrastinar até que o governador termine seu segundo mandato. "Demorar mais trará prejuízo aos segundos colocados e por isso não acredito que o TSE vá permitir isso", apostou.
"Desde o início, a estratégia da defesa é essa: procrastinar. Mas se eles tivessem um direito bom como dizem, por que não julgar logo o mérito do processo?", desafiou o advogado que deve viajar para Brasília na próxima segunda ou terça-feira.
Em relação à possibilidade de a defesa recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), Weick disse que historicamente o que o TSE decide o Supremo confirma, "ainda mais quando fica claro que o motivo do recurso é apenas atrasar o cumprimento da decisão".
"Se você andar pelas ruas da Paraíba, basta perguntar às pessoas e vai descobrir que há um clamor pelo fim deste processo. O povo quer que o governador seja julgado. Eles querem saber o resultado deste processo", contou.
Ontem o advogado do governador Cássio no Caso FAC, Delosmar Mendonça, disse o processo julgado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no ano passado está cheio de vícios e deve ser arquivado. Ele aposta que, no julgamento das várias preliminares, o TSE decida enviar o processo de volta ao TRE. Delosmar contou que são 400 volumes nos autos que devem ser apreciados e que, só depois, será julgado o mérito.
"Se o TSE for justo, o processo não deve passar das preliminares. Há várias, entre elas o fato de que nós pedimos que 300 testemunhas fossem ouvidas e o TRE negou", denunciou. De acordo com ele, "a matéria é farta e há muitas preliminares para apreciar antes de se discutir o mérito".
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