CULTURA
FLIP: mineiro radicado em CG lança 'Glitter' na Festa Literária de Paraty
Autor ainda ministra oficina de Escrita Criativa no evento.
Publicado em 28/07/2018 às 7:00
Neste sábado (28), o mineiro radicado em Campina Grande Bruno Ribeiro lança o romance "Glitter" durante a 16ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). O livro conta uma história curiosa, ambientada dentro de um shopping onde ocorre uma espécie brutal de reality show ao vivo. Vinte modelos problemáticas são trancadas no período de um ano, sem qualquer acesso ao mundo exterior, com a obrigação de encerrar este jogo com a entrega de um poema de sua autoria e a execução de um desfile, organizado pelo sádico estilista Guilherme de Boaventura. "Apesar da violência, 'Glitter' é um romance satírico e com muito humor", garante o autor.
Segundo Bruno, que sempre quis ser escritor, a primeira versão do romance foi escrita em 2012, quando ele morava em Buenos Aires. "Eu estava enfrentando uma depressão e problemas de adaptação e decidi abandonar minhas obrigações na cidade e escrever um livro que pudesse refletir o meu estado e as crises da nossa sociedade líquida", explicou.
A partir daí ele se inspirou no universo da moda, um mundo paralelo, segundo Bruno, que "carrega consigo o sagrado e o profano, o belo e o feio, o raso e o profundo e, dentro das entranhas do fashionismo, há também uma espécie de espelho distorcido da sociedade". "A moda representa o universo cotidiano e a contemporaneidade: é lindo, mas também há muita negatividade, pessoas tóxicas, superficialidade, abusos e loucuras nesta indústria".
O livro "Glitter" foi finalista da 1ª edição do Prêmio Kindle de Literatura e ficou entre os pré-selecionados do Prêmio Sesc de Literatura 2016.
Além do lançamento, Bruno Ribeiro ministra uma oficina de Escrita Criativa durante a Flip e participa do bate-papo promovido pela Amazon "Os caminhos da carreira do autor independente", com a agente literária Alessandra Ruiz.
Escritor começou com quadrinhos
Autor independente, Bruno contou que começou a escrever quadrinhos na adolescência. "Percebi que escrever me instigava mais do que desenhar, então pulei para a literatura", explica. Ele disse que se inspirou bastante em escritores como Chuck Palahniuk, Mary Shelley, Hilda Hilst, Anne Rice e Álvares de Azevedo.
Apesar de ser um trabalho fora do eixo e de publicar em editoras pequenas, Bruno acredita que tudo esteja "fluindo bem". "O meu último romance, 'Febre de Enxofre', teve excelentes resenhas e conquistou bons leitores, inclusive uma professora o indicou em uma escola, o que me deixou extremamente feliz", celebra.
Quebrar a roda e atingir muitos leitores é algo difícil e complexo, pois o escritor precisa buscar leitores com os dentes, unhas e boas histórias; é um processo visceral que envolve não só a escrita, mas uma disposição monumental para se expor e vender seu peixe.
* Sob orientação de Aline Oliveira
Comentários