CULTURA
50 anos de ruídos
Multi-instrumentista paraibano Babilak Bah comemora 50 anos com lançamento do DVD 'O Som Afroprogressivo de Babilak Bah'.
Publicado em 23/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 01/06/2023 às 16:37
Babilak Bah é um "artista do ruído": cantor, compositor, arranjador, pesquisador musical e multi-instrumentista, o paraibano ainda acumula as funções de poeta e artista visual. Todas as facetas do mascate da percussão, que tira som de enxadas, bacias e panelas, estão reunidas em O Som Afroprogressivo de Babilak Bah, DVD que está previsto para sair no segundo semestre, comemorando os 50 anos completados recentemente, no dia 1º de janeiro.
"Na verdade, este registro foi feito também com o intuito de revisar as quase três décadas de atuação artística", revela Bah.
"É um trabalho que marca toda a minha produção, inclusive como poeta e artista visual, já que todo o cenário foi produzido por mim."
Gravado no mês passado na sede da Fundação Nacional de Artes (Funarte), em Minas Gerais, o DVD é fruto de um projeto que colheu os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Segundo o artista, a ideia era convidar colegas paraibanos e mineiros para uma festa que juntasse as duas "casas" (ele nasceu em João Pessoa mas mora na capital mineira há 25 anos).
"Eu fiz o convite ao Chico Corrêa, mas o show coincidiu com o casamento dele aí em João Pessoa e ele não teve como comparecer", lamenta. "Acabei chamando a Guarda de Moçambique e o Congo de Dona Izabel para mostrar minha aproximação e entendimento com a cultura mineira."
O roteiro da apresentação foi concebido para evidenciar outros dois aspectos da carreira, além da ligação com as manifestações populares: o da pesquisa (particularmente a pesquisa que Bah desenvolve na área da percussão, com a utilização de enxadas para extrair sonoridades) e o da composição (a partir de canções que ele executa em instrumentos mais convencionais como a guitarra).
No ano passado, Babilak Bah foi sensação antes das transmissões públicas dos jogos da Copa das Confederações em Belo Horizonte: ao lado da Orquestra de Enxadas, o maestro improvisou acordes do Hino Nacional e do 'Trenzinho Caipira'. A enxada é companheira fiel e lhe rendeu o disco mais conhecido, Enxadário (2006).
CD E LIVRO
Este ano, Babilak Bah prepara-se para o lançamento de um novo CD, dentro ainda das celebrações do cinquentenário: "Eu estou na pré-produção de Música para Ouvidos Quebrados, que também vai marcar esta passagem pelos 50, uma data maravilhosa."
O próximo álbum sai de forma independente, coincidindo com a turnê de O Som Afrobeat..., com a qual Babilak Bah quer viajar o Brasil até chegar à Paraíba. Em João Pessoa, ele esteve "a serviço" pela última vez em meados do ano passado, promovendo uma residência artística no Centro Cultural Piollin e um show beneficente na companhia de Pedro Osmar e Paulo Ró, do Jaguaribe Carne.
As novidades não param por aí: este ano será publicado o quarto livro de poemas, que tem o título provisório de Diáspora Descontente. O livro também será impresso e distribuído de forma independente: "Eu não atingi grande editoras nem grandes gravadoras. Fazer tudo de forma independente é uma maneira de continuar trabalhando de uma maneira mais íntegra."
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