CULTURA
A cidade que cabe na mala
Exposição Cidade Solar faz um panorama da trajetória da artista.
Publicado em 28/06/2012 às 8:00
A cearense Fernanda Meireles resume bem a sua primeira exposição na Paraíba: “Estou levando tudo em uma única mala”, contou quando estava arrumando a bagagem com seus quadros, publicações e postais.
Cidade Solar – uma das alcunhas que é conhecida Fortaleza – faz um panorama da trajetória da artista. A mostra acontecerá nesta quinta-feira, a partir das 18h, no Palm Club, Cabo Branco, em João Pessoa. Amanhã, a exposição estará no Coletivo Mundo, Centro Histórico, a partir das 20h.
Destaque na área do fanzine, publicações alternativas e dirigidas que teve grande difusão nos anos 1980, Meireles também lançará duas coletâneas onde tem sua assinatura: Metropolis (La Barca, 96 páginas), contos de sete autores que mostram a cidade nos três momentos do dia (manhã, tarde e noite), e Fanzine: Autoria, Subjetividade e Invenção de Si (Edições UFC, 140 páginas), publicação com sete pesquisadores do gênero, onde Fernanda traz um relato sobre sua atuação na produção de fanzines e difusão dessa proposta cultural.
“O conceito de fanzine sendo uma revista de fã já era. Quem quer isso, faz um blog ou uma página no Facebook”, esclareceu Meireles. “Atualmente, o fanzine é uma forma de comunicar diferente das outras. Ele busca um tipo de relação específica, que começa desde o processo de produção, à forma como ele é realizado”, pontuou. “É muito difícil você ver um fanzine com um tema apenas. Hoje ele está mais híbrido e pessoal. Uma nova relação do 'faça-você-mesmo'.”
A pesquisadora frisou que as relações dessa produção com os dias de hoje são muito mais ricas do que antes, mesmo 'rivalizando' com a internet. “O fanzine nunca foi deixado de lado.
Ele foi se transformando na vida das pessoas, onde só elas podem contar e só elas podem colocar”, afirmou a artista.
'KAMINHA SUTRA'
Todas as obras de Fernanda Meireles estarão disponíveis para a venda nas duas noites da mostra.
Seus quadros se dividem em intervenções nos desenhos, fotografias e até dicionários, colocando as pessoas que apreciam o trabalho para completar o sentido. “Em uma folha de dicionário, seleciono uma ou duas palavras que 'dialogam' com o desenho.”
Entre postais e quadrinhos na forma de mini-álbuns – alguns feitos a quatro mão com ilustradores conterrâneos como Vítor Batista, A. Pessoa Bob e Ramon Cavalcanti –, a autora trará na sua mala coleções como o erótico Kaminha Sutra, o sonífero I’m Only Sleeping e as placas de Cidades Internas, além de trazer material para produzir na hora, onde se pode até optar pelo tema.
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