CULTURA
A Limousine volta a rodar
Extinto em 1987, banda de pop-rock Limousine 58 reúne formação remanescente para apresentações que marcam retorno do grupo.
Publicado em 22/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/01/2024 às 18:46
Em tempos de 'Camaro amarelo', muita gente ainda se lembra da história da Limousine 58, banda de pop-rock que surgiu em João Pessoa nos anos 1980 e, como sugeria o título do primeiro LP, lançado há exatos 30 anos, Marcou Geral (1984). Extinto em 1987, o trio formado pelos vocalistas Ricardo Fabião, Robério Jacinto e Júlio Charles (morto em 2008, em um acidente automobilístico), reúne agora a formação remanescente para uma série de apresentações que marca o retorno da Limousine 58 à estrada.
O primeiro show do 'revival' será neste sábado, às 21h, na Usina Cultural Energisa. Estão previstos ainda, ao longo do ano, novos shows e uma exposição com fotos dos três jovens estudantes do Lyceu Paraibano, com idades entre 16 e 21 anos, que viveram o sonho de lotar o Espaço Cultural José Lins do Rêgo no lançamento do disco (inteiramente autoral) que emplacou entre os mais vendidos da saudosa Mesbla do Parque Sólon de Lucena.
"Éramos o Restart da época", brinca Ricardo, que hoje é professor de língua portuguesa, segue em carreira solo, e recorda-se com nostalgia do furor que a banda causou entre a crítica local, quando surgiu com suas letras despretensiosas e o visual inusitado puxado por Robério, cuja mãe era cabeleireira e testava seus dotes tingindo os cabelos do filho, o caçula da formação.
"Nós estávamos na contramão do que estava sendo feito na música brasileira", diz Robério, único dos dois que atualmente vive exclusivamente de música, tocando na noite e conduzindo um estúdio na capital. "O Musiclube se chocava com a gente por suas letras de protesto, quando a gente falava da idade da gente e tudo o que a crítica via eram três moleques com roupas coloridas arrodeados de fãs."
O show de hoje vai passar um verniz em canções autorais como 'Mistério' e 'Cara pálida', além de fazer uma homenagem a Júlio Charles, que morreu em 2008, pouco antes de lançar o CD solo que estava gravando no estúdio de Robério. "O grande sonho do Limousine sempre foi do Júlio", declara Ricardo. "Ele acordava Limousine, almoçava Limousine e dormia Limousine.
Chegava a sufocar a gente e, se ainda estivesse vivo, certamente estaria aqui", complementa.
Para Robério, o retorno da banda será não apenas a oportunidade de reencontrar os três meninos sem dinheiro que faziam música de madrugada, comendo jambos nas ruas de Tambauzinho, mas os vários outros meninos e meninas que viveram aquele tempo: "Tenho certeza que as pessoas vão reviver a melhor época de suas vidas."
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