CULTURA
'A pintura não morreu'
Para chegar no 3 + 2 + 1, coletiva cujo vernissage acontece nesta quarta-feira, a partir das 19h30, na Rede Arte Contemporânea.
Publicado em 03/09/2014 às 6:00 | Atualizado em 19/03/2024 às 11:21
Nem sempre todo o produto de uma soma é preciso ou exato. Para chegar no 3 + 2 + 1, coletiva cujo vernissage acontece nesta quarta-feira, a partir das 19h30, na Rede Arte Contemporânea, em João Pessoa, o curador Dyógenes Chaves teve que planejar um resultado espacial. “São três no térreo, dois no primeiro andar e um convidado, que é hors concours”, explica o artista.
Com entrada aberta ao público até o dia 30 deste mês, a coletiva reúne trabalhos recentes da pernambucana Alena Sá (pintura sobre tela) e dos paraibanos Margarete Aurélio (pintura-colagem e desenhos), Carlos Djalma (óleo sobre tela), Alberto Moreira (pintura sobre tela) e do próprio Dyógenes (pinturas e desenho). “São trabalhos inéditos que saíram do atelier direto para a galeria, ainda cheirando a tinta”, afirma o curador da coletiva.
Completando a operação aritmética, haverá uma série de autorretratos (pintura e impressão sobre canvas) do artista convidado, o pernambucano Manuel Dantas Suassuna, filho de Ariano (1927-2014).
“É uma série que ele fez há três anos. Uma oportunidade muito rara de fazer autorretratos para vender”, aponta Dyógenes Chaves.
PROVA DOS NOVES
Apesar de ter outras técnicas, como a colagem e desenho, o que predomina na ocupação de 3 + 2 + 1 são as obras que usam a pintura como ferramenta. Para Dyógenes, tal técnica não está na operação de subtração de alguns defensores da arte conceitual, que declaram o “óbito” da pintura , descartando-a como o “noves fora” na matemática.
“Essencialmente, essa exposição é uma reverência à pintura”, frisa o paraibano. “A pintura não morreu e nem sai de moda. Ela é a expressão mais forte que seduz a arte. Ela por si só basta”, justifica.
Para Dyógenes, a performance de Carlos Djalma e Alberto Moreira na pintura figurativa é “uma elegia das mais puras e sensíveis à própria pintura, que dissipa a inquietação de que volta e meia somos acometidos − nestes tempos de arte contemporânea − diante da pretensa possibilidade de impermanência da pintura”.
Já Alena Sá “não se limita a um esquema ou a uma ideia de pintura já estabelecida. Ela articula suas manchas e transparências como algo orgânico e construtivo”.
Por fim, Margarete Aurélio e o próprio Dyógenes apresentam suas mais recentes pesquisas: respectivamente, nas colagens que recebem camadas de resina epóxi, resultando em composições abstratas ou figurativas, e na pintura com intervenções da técnica serigráfica ou em desenhos sobre cartão.
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