Academia Paraibana de Letras comemora 70 anos de fundação

Foi na tarde de 14 de setembro de 1941 que João Rodrigues Coriolano de Medeiros, que já era sócio fundador do Centro Literário Paraibano e membro da Associação dos Homens de Letras, reuniu um time de 11 literatos e criou a Casa de Pensamento da Paraíba, entidade que seria o embrião da futura Academia Paraibana de Letras (APL).

A entidade comemora hoje seu septuagésimo aniversário, em sessão extraordinária que ocorre no auditório de seu casarão na Duque de Caxias, em João Pessoa, a partir das 19h.

A reunião, aberta ao público geral, conta com um painel sobre a história, missão e perspectivas de uma instituição que já em seu jardim ostenta os bustos de seus grandes patronos: nomes como Augusto dos Anjos (1864-1914) e José Lins do Rego (1901-1947).

Do painel, participam os acadêmicos Manoel Batista de Medeiros, José Jackson de Carvalho e Alexandre de Luna Freire, este último um dos imortais mais jovens a compor o quadro de 40 acadêmicos que atualmente completam o efetivo da APL, com uma média de idade situada entre os 55 e 60 anos.

Juarez Farias, que ingressou na APL em 2003 (na cadeira então ocupada pelo ex-governador Tarcísio Burity) e já está em seu terceiro mandato como presidente, afirma que, recentemente, o grande desafio da academia tem sido trazer para dentro de seus portões o público que ainda possui uma visão engessada das atividades ali promovidas.

“Nosso estatuto prevê uma reunião mensal voltada para os integrantes, mas a ALP está aberta diariamente, de segunda a sexta-feira, durante todo o dia, para visitação pública e pesquisas de sua biblioteca”, convida o presidente.

Segundo Farias, um dos pleitos mais recentes é a manutenção de um plantão nos fins de semana, para atender à demanda de turistas que passam pelas proximidades do Centro Cultural São Francisco, na capital. “Queremos receber estudantes, pesquisadores, e turistas que pretendem incluir um tour pela nossa cultura literária em seu portfólio de visitas”, diz ele.

Para o vice-presidente Gonzaga Rodrigues, a comemoração dos 70 anos é uma das oportunidades que este público tem para conhecer um pouco mais da memória da APL, que atua na preservação do património literário da Paraíba.

"O grande papel e importância da academia é o de guardar e lutar pela lembrança dos que se destacaram nas letras e artes paraibanas", conta o jornalista e escritor.
Atualmente a APL possui uma exposição permanente em cartaz sobre a memória de Augusto dos Anjos e uma publicação periódica que já está em seu 24º número.