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CULTURA

Adeus ao crooner

Internado desde o dia 7 de março, cantor carioca Emílio Santiago morreu na manhã desta quarta-feira (20) aos 66 anos.

Publicado em 21/03/2013 às 6:00


Emílio Santiago será enterrado na manhã desta quinta-feira, no Memorial do Carmo, centro do Rio de Janeiro. O cantor jazerá ao lado de sua mãe, dona Ercília, que morreu há seis anos.

Desde o dia 7 de março, o intérprete carioca havia sido internado no Hospital Samaritano, bairro de Botafogo, com um quadro de Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico. Morreu no início da manhã de ontem, aos 66 anos, no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital por conta das complicações causadas pelo AVC.

O último trabalho de Emílio Santiago foi Só Danço Samba (Ao Vivo), lançado em 2012 pelo recente selo de sua propriedade, a Santiago Music. O disco homônimo gravado em estúdio e lançado em 2010 é um dos melhores da carreira do cantor, segundo o depoimento do crítico de música e jornalista carioca Mauro Ferreira. “É um irretocável tributo ao ‘rei dos bailes’ Ed Lincoln (1932-2012)”, aponta.

“O Brasil é realmente um país de cantoras, mas Emílio Santiago se impôs como voz emblemática masculina”, observa Mauro Ferreira. “Ele não era como Cauby, que tinha canções mais demasiadas. Sua voz parecia como a de Dick Farney (1921-1987), afinada, macia e aveludada”.

“Emílio era um amigo alegre, divertido e que se preocupava com a gente”, relembra o produtor musical carioca Thiago Marques Luiz.

“Como profissional, era ímpar”, continua o produtor. “Tive o privilégio de produzir várias gravações com ele, a mais recente foi ‘Ave Maria do morro’, no projeto em homenagem ao centenário do Herivelto Martins (1912-1992), no final do ano passado. Lembro-me que todos no estúdio ficaram comovidos e impressionados com sua afinação. Ele gravou de primeira”.

POPULAR E SOFISTICADO
Para o crítico Mauro Ferreira, Emílio Santiago figurava no primeiro time da MPB, mesmo tendo contradições na sua carreira musical.

“Ele foi um cantor popular e sofisticado ao mesmo tempo”, conceitua. “Na sua melhor fase, entre os anos de 1976 a 84, quando era lançado pela gravadora Philips, ninguém ouvia os seus grandes discos. Passou quatro anos sem gravar até lançar o primeiro da série Aquarela do Brasil, a convite de Roberto Menescal e Heleno Oliveira, que era mais para a massa mesmo”.

O projeto Aquarela Brasileira, uma releitura de músicas clássicas da MPB composta por nomes como Ary Barroso (1903-1964), Tom Jobim (1927-1994), Chico Buarque de Hollanda e Caetano Veloso, formou uma coleção de sete discos até 1995, ultrapassando a marca de quatro milhões de cópias vendidas.

Dentre suas apresentações fora do Brasil, apresentando-se na Europa e nos Estados Unidos, a voz de Emílio Santiago chegou a ser comparada à de Johnny Mathis pelo crítico do New York Times Stephen Holden, que o ouviu certa vez em um show na ‘Grande Maçã’.

Perambulando entre os gêneros como ‘crooner’ brasileiro, assinou contrato com a Sony Music, em 2000, e lançou o álbum (que também saiu em DVD) Bossa Nova, com regravações de outros clássicos como ‘Corcovado’ e ‘Garota de Ipanema’.

No ano seguinte, gravou Um Sorriso nos Lábios, mais um álbum-tributo, desta vez a Gonzaguinha (1945-1991) e João Donato.

Ao longo de sua carreira, Emílio Santiago lançou mais de 25 álbuns e quatro DVDs. “Ele foi um cantor que sempre brilhou em qualquer tempo”, afirma o crítico musical Mauro Ferreira sobre o homem que desafiou a supremacia do canto feminino no Brasil desde os anos 1970.

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Jornal da Paraíba

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