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CULTURA

Além das palavras

Reunindo grandes nomes, obra organizada por Alberto Saraiva debate a 'Poesia Visual', que também é tema do Projeto Oi Futuro.

Publicado em 01/10/2013 às 6:00

“É um livro pensado para dizer o que é a poesia visual no Brasil”, define Alberto Saraiva, curador de artes visuais do Oi Futuro e organizador da obra Poesia Visual (F10, Oi Futuro, 192 págs.), que “reúne um bastião de pessoas para entender esse tema”.

De acordo com Saraiva, a edição é dividida em duas partes: disponibilizando vários textos teóricos de nomes como Ferreira Gullar, Gilberto Prado, Helena Trindade, Omar Khouri (que cunhou o termo ‘poesia pós-verso’), Xico Chaves, Luciano Figueiredo, Eduardo Kac (que desenvolve a bio-poesia com cheiros e DNA), Katia Maciel, o espanhol Adolfo Montejo Navas e o próprio organizador.

O segundo tomo – amplamente ilustrado – cataloga os artistas e suas obras que participaram do primeiro ano do projeto, a exemplo do maranhense Ferreira Gullar e o seu repensamento de O Formigueiro, obra emblemática da poesia concreta no Brasil lançada no começo dos anos 1990.

De caráter vanguardista e experimental, a poesia visual (ou concreta) é uma forma de arte que busca a ruptura dos padrões convencionais.

“Esse salto aconteceu há mais de 60 anos no Brasil”, afirma Alberto Saraiva, que frisa a resistência de autores e críticos frente ao gênero poético. “Esse purismo de ficar em um lugar-comum não nos atrai. A gente não trabalha só com a tradição. A gente trabalha também com a invenção”, garante o curador.

O projeto visa, ainda segundo Saraiva, a promover pesquisas sobre esse campo literário e artístico. “Esse projeto nos coloca em um lugar de interrogação: o que é poesia e o que é um poema?”, indaga. “Estamos no limiar de dizer que o poema extrapola a palavra”.

Além de oferecer um depoimento sobre o gênero no livro homônimo, o artista cearense Luciano Figueiredo – um dos importantes protagonistas da contracultura carioca na década de 1970, ao lado de nomes como Torquato Neto (1944-1972) e Waly Salomão (1944-2003) – apresenta duas obras fechando o ciclo do Projeto Poesia Visual 2, nas instalações do Oi Futuro Ipanema, no Rio de Janeiro, até o dia 3 de novembro, com entrada gratuita.

Logo no corredor principal do centro cultural nos deparamos com a instalação em fotomontagem intitulada 'Fabri Fabulosi', inspirada no famoso livro A Arte Abstrata, de Michel Seuphor (1901-1999).

“Fazer uma grande fotomontagem não é uma obra de arte, mas uma homenagem”, explica Figueiredo frente ao painel com a iconografia sobre as origens da arte abstrata europeia e do construtivismo na figura de seus precursores e inventores, como o alemão Kurt Schwitters (1887-1948), o russo Wassily Kandinsky (1866-1944), o belga Georges Vantongerloo (1886-1965) e os holandeses Piet Mondrian (1872-1944) e Theo van Doesburg (1883-1931), entre outros.

“Espero que cumpra sua função didática”, deseja Figueiredo, mostrando também ao lado da vitrine de 12 metros de extensão verbetes e diagramas explicando a importância de cada um dos personagens apresentados na fotomontagem. “Foram pessoas fundamentais, desbravadores que abriram o caminho da arte moderna e que construíram as várias artes de vanguarda que temos por ai”.

Segundo o artista, o título foi batizado pelo poeta carioca Antônio Cícero, que pode ser traduzido como ‘inventores fabulosos’.

CINEMA INSPIRA EXPOSIÇÃO DE ARTE

Já a outra exposição, 'Imagem/Legenda: Um Cine Romance', localizada na galeria do térreo do Oi Futura Ipanema, mostra fragmentos de diálogos de clássicos do cinema sobre a superfície ampliada de fotografias sobrepostas em diferentes planos em relação à parede, para simular uma experiência próxima da montagem cinematográfica.

“O cinema em si sempre foi uma obsessão minha”, afirma Luciano Figueiredo, revelando – como bom cinéfilo – que colecionava “sequências de diálogos marcantes em minha vida”, separando e anotando até formar um grande volume.

Dentre as obras lembradas em fragmentos pelo cearense estão Macbeth (1948) e A Marca da Maldade (1958), ambos de um de seus cineastas preferidos, Orson Welles (1915-1985), além do seu filme predileto, o western Johnny Guitar (1954), de Nicholas Ray (1911-1979), e clássicos como Julia (1977), de Fred Zimmeman (1907-1997), Crepúsculo dos Deuses (1950), de Billy Wilder (1906-2002), Um Retrato de Mulher (1945), de Fritz Lang (1890-1976) e Sansão e Dalila (1949), de Cecil B. DeMille (1881-1959), entre outros.

Alguns painéis têm momentos ‘mudos’, onde se destaca apenas as ampliações abstratas que, intencionalmente, Figueiredo não quis mostrar nenhuma imagem que remetesse aos filmes em questão. “No meu trabalho tem muito de luz e sombra”, justifica. “Queria que os diálogos tivessem uma independência”.

Mesmo com essa autonomia e libertação da imagem dos frames da película, Figueiredo analisa que todos os diálogos de filmes de diversas nacionalidades, gêneros e tempo têm relações entre eles, como uma ligação poética. “Justificaria a pretensão de minha parte de poesia visual”. (*Repórter viajou a convite da Oi)

Imagem

Jornal da Paraíba

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