Alteração nos signos do zodíaco provoca divergência de opiniões

De Camila Alves (especial para o JP)

Recentemente, um anúncio feito por astrônomos do Planetário de Minnesota, nos Estados Unidos, mexeu com a cabeça de quem acompanha o horóscopo e ‘se liga’ nos signos do zodíaco. Os profissionais divulgaram um estudo revelando que devido à uma diferença de proximidade entre a Terra e as constelações, o alinhamento da segunda tal como conhecemos hoje, estaria equivocado e por conseqüência, todos os signos (rótulos dado às constelações) estariam com períodos errados no calendário.

Isso porque, o signo astrológico, determinado pela posição do sol no dia em que a pessoa nasceu, estaria equivocado pelo desalinhamento ‘descoberto’. A maioria dos signos então, conforme os astrônomos, seria antecedido de uma constelação.

“Era como se o signo andasse para frente e nós ficássemos para trás, ganhando então as características do signo anterior”, comenta o astrólogo Boris Artemenko, desmentindo, contudo, que o desalinhamento em questão tenha modificado os signos do zodíaco.

Ele explica que tanto a elíptica das constelações quanto o sistema solar se movimentam em torno do centro galáctico. Entretanto, os planetas giram dentro dessa elíptica das estrelas e em uma velocidade menor do que elas rodam em torno do centro galáctico. “Então parece que o sistema solar se atrasa e é isso que se chama de precessão. Mas não é um fato novo, há dois mil anos atrás, na Grécia Antiga, um estudioso chamado Hipárco já sabia sobre o desalinhamento”, comenta Boris, acrescentando que nunca houve correspondência entre os signos do zodíaco e o sistema solar.

Somente Áries tem esse alinhamento e, a cada 2.150 anos, que é o tempo que o sol completa o círculo dentro desse oval (elíptica). Segundo Boris, os outros signos ocupam graus diferentes de espaço na elíptica e, por isso, não necessariamente também sofrem o alinhamento. “Um mapa astrológico é dividido em 12 signos, que ocupam 30 graus cada, assim como no calendário eles preenchem cerca de 30 dias. Eles têm o mesmo tamanho na medida da astrologia, mas na astronomia não e por isso há esse desalinhamento. O que não invalida os conceitos astrológicos”, detalha Boris.

Ele ressalta ainda que a astrologia se baseia num sistema antigo de calendário onde o ano começava em Áries e passava a contar a partir do primeiro dia do verão, no Hemisfério Norte. “Não tem porque as pessoas se preocuparem, não mudou nada. O taurino, por exemplo, continua teimoso do mesmo jeito”, brincou Boris.

Diferenciação

O astrólogo acrescentou que a astronomia não tem nenhuma influência sobre a astrologia. Enquanto o primeiro estuda a movimentação dos planetas e das estrelas, a segunda é uma ciência humanística que reflete a personalidade e individualidade humana.

Boris explica que antigamente não havia diferença entre as duas ciências, pois a astronomia derivou do conhecimento da astrologia, e a grande maioria dos astrônomos eram também astrólogos. Mas a partir do século 20 houve uma separação nítida entre as duas áreas, tornando-se uma acadêmica (astronomia) e a outra humanística (astrologia).

“Continuam a chamar a astrologia de adivinhação, usando geralmente a incoerência dos chamados horóscopos de jornais e revistas”, destaca Boris, explicando que as características dadas a cada signo têm subsídios.

“Cada pessoa que nasce sob um determinado signo, recebe características como conseqüência do estado geoclimático (como as estações do ano) e das energias cósmicas do período em que ele nasceu”, aponta Boris, comentando que esses fatores fazem com que realmente as pessoas se identifiquem com as características atribuídas ao seu signo.