CULTURA
Amy Winehouse: crônica de uma morte anunciada
Editor do Vida & Arte do Jornal da Paraíba fala sobre Amy Winehouse, seus excessos e sua morte.
Publicado em 23/07/2011 às 18:21
André Cananéa, Editor do Vida & Arte do Jornal da Paraíba
Especial para o Paraíba1
Os tempos, hoje, são outros. Mas, Amy Winehouse não se desvencilhou da máxima do rock sessentista dos excessos, do viva intensamente e morra jovem.
Aos 27 anos, é a mais nova integrante do clube onde estão Jimi Hendrix, Brian Jones, Janis Joplin, Jim Morrison e Kurt Cobain. Todos mortos com a mesma idade da cantora e pelo mesmo motivo: excessos.
Um clube bizarro de notáveis artistas de música, que sucumbiram às drogas, ao álcool e à aversão pelo estrelato.
A morte de Amy Winehouse, desde muito tempo, já era a crônica da morte anunciada.
Cantora excepcional – certamente, a melhor da atualidade – não fossem os excessos que a levaram a viver em um mundo longe do público, longe dos estúdios e longe da própria música.
Vi a cantora inglesa, bem de perto, em sua passagem por Recife (PE), no dia 13 de janeiro deste ano.
Amy, como vocês sabem, fez o “não show”. Subiu ao palco para não cantar (só enrolar), não ser profissional, não respeitar os fãs. Fez piruetas, desafinou e caiu no palco. Um desastre de proporções tsunâmicas.
Saí daquele show arrasado, porque estive tão perto de ver uma das grandes vozes da minha geração ao vivo e guardar essa lembrança para o resto da vida. Mas, tenho muito pouco a contar, já que Amy não cantou a contento.
Foi a Monga-Mulher-Gorila e não foi a diva soul que deveria ter sido. Agradou por ser bizarra, não por ser cantora.
Mas, mesmo debaixo desses escombros, estava ali uma artista de voz única, de afinação perfeita, uma cantora de talento, capaz de emocionar como poucas. Infelizmente, isso ficou registrado em apenas dois ótimos discos, “Frank” (2003) e a obra-prima “Back To Black” (2006).
Amy gravou muito menos do que poderia ter gravado. Fez menos shows do que poderia ter feito e não deu o menor valor à própria música que cantava.
A partir de agora, podemos contar apenas com o que ela poderia ter sido: uma das maiores divas de todos os tempos.
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