Anita Prestes lança "Memórias" na UFPB

Em entrevista publicada no JORNAL DA PARAÍBA mês passado, Anita Prestes lembrou-se de um Gregório Bezerra “simpático e afável, sempre brincando com adultos e crianças”. A recordação da filha de Luiz Carlos Prestes (1898-1990) não dá conta das agruras que Bezerra (1900-1983) relata em suas Memórias (Boitempo, 648 páginas, R$ 74,00), livro que tem lançamento agendado para hoje no auditório da Central de Aulas da UFPB, em João Pessoa.

Com apresentação da historiadora e depoimentos de Ferreira Gullar, Oscar Niemeyer e Ziraldo, a obra complementa uma edição publicada há 30 anos relatando a história do 'inimigo número um da Ditadura', que foi acusado de incendiar um quartel na capital paraibana em desforra à cassação do registro eleitoral do Partido Comunista, promovida pelo general Eurico Gaspar Dutra (1883-1974).

O próprio Bezerra rebate a acusação no livro: "Se o incêndio de um quartel resolvesse a derrubada do governo Dutra, eu não viria do Rio de Janeiro, a mais de dois mil quilômetros de distância, para incendiar o 15º Regimento de Infantaria, em João Pessoa. Eu teria incendiado o Palácio do Catete, onde vive e trabalha o general fascista Eurico Gaspar Dutra, presidente da República".

O lançamento na Paraíba enseja um debate com as professoras Lúcia Guerra, Alder Calado, Maria Zenaide e Roberto Arraes.