CULTURA
Após João Pessoa e Cuité, 'Agosto das Letras' chega a Cajazeiras nesta semana
Festival tem como proposta base cultivar a leitura, principalmente entre crianças e jovens.
Publicado em 12/08/2018 às 7:00
A 4ª edição do projeto “Agosto das Letras: Festival de Leitura da Paraíba” chega à cidade de Cajazeiras nesta semana, após passar por João Pessoa e Cuité. A homenageada deste ano é a professora e poetisa paraibana Anayde Beiriz. O festival tem como proposta base cultivar a leitura, principalmente entre crianças e jovens.
A programação começa na quinta-feira (16), com um seminário de capacitação para profissionais que atuam em bibliotecas. A lista de eventos na cidade inclui ainda oficinas de contação de histórias, lançamentos de livros e show da banda Mafiota. Confira a programação em Cajazeiras:
16 e 17/08
8h30 – Capacitação para profissionais que atuam em bibliotecas, com o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas
Local: Escola Estadual Monsenhor Constantino Vieira
8h30 – Oficina A arte de contar histórias e suas técnicas, com Cris Leandro
Local: Teatro ICA
16/08
19h – Solenidade de abertura / lançamentos de livros / sarau
Local: Teatro ICA
17/08
9h e 14h30 – Contação de Histórias: Contos da Carochinha com Lara Sales e Arly Arnaud
Local: Teatro ICA
18/08
20h – Show Mafiota
Local: Teatro ICA
O evento se estende até o dia 30, com oficinas, palestras, lançamentos, mesas redondas, contação de histórias e uma série de atividades interativas começando pela capital paraibana e percorrendo as cidades de Cuité, Cajazeiras, Sapé e Belém. Com o intuito de agregar várias atividades culturais para atrair diversos públicos, o festival adquire o aspecto itinerante, buscando a sua interiorização com o objetivo de levar as ações para um público maior. Veja a programação das próximas cidades:
Sapé
22/08
14h – Oficina Iniciação ao teatro para crianças, com Aline Alencar
Local: Escola de Artes
19h – Solenidade de Abertura / lançamentos de livros / sarau
Local: Memorial Augusto dos Anjos
23/08
14h – Oficina Escrita Criativa, com Bruno Robson
Local: Escola de Artes
19h – Espetáculo com Circo Continental
Local: Praça João Pessoa
24/08
Contação de História com Glaucio Ramos
9h – Escola Municipal Severino Alves Barbosa
14h – Escola da Cidade Cristã
Belém
28/08 e 29/08
14h – Oficina de Musicalização para crianças, com Dany Danielle e a Contação da Rua
Local: Biblioteca Pública Municipal Professora Maria Lira
28/08
19h – Solenidade de abertura / lançamentos de livros / sarau
Local: Biblioteca Pública Municipal Professora Maria Lira
29/08
19h – Espetáculo de literatura dramatizada: Música e Poesia em caminhos de versos, com o grupo Frente Trovadora
Local: Praça 6 de Setembro
30/08
10h – Apresentação do espetáculo Colcha de Retalhos, com a Cia. Boca de Cena
Biblioteca Pública Municipal Professora Maria Lira
Anayde Beiriz
A homenageada do Agosto das Letras foi professora e poetisa, nascida em João Pessoa em 18 de fevereiro de 1905 e morta em 22 de outubro de 1930, em Recife (PE), aos 25 anos.
Tem seu nome ligado à História da Paraíba, devido à tragédia em que foi envolvida, juntamente com o advogado e jornalista João Duarte Dantas, com quem mantinha um relacionamento amoroso. Para a mentalidade conservadora da sociedade brasileira à época, particularmente na Paraíba, Anayde não era uma mulher bem vista por causa das ideias progressistas que alimentava: como poetisa, participava ativamente do movimento intelectual, envolvida em acontecimentos artísticos e frequentando saraus literários. Como cidadã, defendia a participação das mulheres na política, em uma época em que sequer podiam votar.
Criticada publicamente por razões morais e políticas, Anayde sentiu-se acuada após o assassinato de João Pessoa por João Dantas, que causou comoção popular. Desse modo, abandonou a sua residência na Paraíba e foi morar em um abrigo no Recife, onde passou a visitar João Dantas, detido em flagrante e recolhido à Casa de Detenção daquela cidade. Dantas foi posteriormente encontrado morto em sua cela, degolado, em 3 de outubro do mesmo ano, no início da Revolução de 1930. Embora tenha sido declarado o suicídio como causa mortis na época, as circunstâncias ainda permanecem obscuras. Anayde, aos 25 anos de idade, morreu dias após Dantas, supostamente por auto envenenamento. Foi sepultada como indigente no Cemitério de Santo Amaro.
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