icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

Aracu de Almeida: o samba em pessoa

Mais do que jurada de cara amarrada, Aracy de Almeida, que hoje faria 100 anos, foi uma das maiores intérpretes do samba.

Publicado em 19/08/2014 às 6:00

“Aracy de Almeida é, na minha opinião, a pessoa que interpreta com exatidão o que eu produzo”, chegou a declarar Noel Rosa (1910-1937).

A 'Araca' – como era carinhosamente apelidada pelo 'Poeta da Vila' – é lembrada nesta terça-feira pelo seu centenário de nascimento. Pelos mais jovens, a recordação vem dos tempos que oferecia, de cara amarrada, “dez paus” para o calouro na TV.

“Aracy de Almeida não era aquela jurada de TV que transformava programas de calouros em palco de suas graças nem sempre engraçadas”, frisou o jornalista e escritor João Máximo, biógrafo do Noel Rosa, no especial para a web da Rádio Batuta (do Instituto Moreira Salles). “A alma da artista não convivia com a jurada de TV porque a verdadeira Aracy – a que é, sempre foi e há de ser sempre na Música Popular Brasileira – é a cantora”.

Apesar de ser a favorita de Noel, ela não era apenas a sua intérprete definitiva. “É necessário fazer justiça à voz de Aracy e suas qualidades de intérprete, sobretudo nos sambas tristes. Só assim se entende que muitos outros compositores brasileiros se orgulhavam de ter suas músicas cantadas e gravadas por ela”, explicou João Máximo.

Nomes como Ary Barroso ('Camisa amarela'), Assis Valente ('Fez bobagem'), Adoniran Barbosa e Vinícius de Moraes ('Quando tu passas por mim'), e Caetano Veloso ('A voz do morto') ganharam vida na voz de Aracy de Almeida.

Descoberta por Custódio Mesquita (1910-1945), depois de ouvi-la em casa de amigos, Aracy estreou nas ondas do rádio não com um samba, mas com a marchinha de Carnaval 'Golpe errado' (composta por Jaci), em 1934.

Ela só iria interpretar as composições de Mesquita após sua morte, em 1945, a exemplo de 'Saia do caminho' (com letra de Edvaldo Ruy).

Elis Regina (1945-1982) definiu Aracy como uma pessoa que não se preocupava com estrela na porta do camarim, nem carro com chofer. Ela falava gírias, palavrões e tinha um figurino que passava longe da elegância.

Em contrapartida, ouvia Mozart, interessava-se por psicanálise e colecionava quadros de Di Cavalcanti e Aldemir Martins.

Mesmo sendo conhecida como 'O samba em pessoa', a cantora carioca também tinha outras denominações: 'Dama da Central' (do Brasil), 'Dama do Encantado' (em referência ao bairro em que morou no Rio de Janeiro) e 'Rainha dos Parangolés'.

“Como se sua atitude diante da arte e da cultura precisasse ser adjetivada como coisa das regiões mais pobres e menos educadas da cidade”, apontou João Máximo. “O escritor João Antonio chegou a identificar certa fidalguia em Aracy de Almeida: uma fidalguia carioca, sestrosa, picaresca, mas digna”.

De acordo com Máximo, Aracy era uma unanimidade na virada dos anos 1940 para os 50, mas não tinha a popularidade das 'Rainhas dos auditórios da Nacional' como Marlene, Emilinha Borba e Dalva de Oliveira. “(Aracy) era tida pelos intelectuais que frequentavam as boates da Zona Sul (do Rio) como a mais autêntica e eloquente voz do samba”.

Aracy de Almeida morreu no dia 20 de junho de 1988, aos 74 anos, em consequência de um edema pulmonar.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp