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CULTURA

Aracy de Almeida: A fina flor da fuleiragem

De principal intérprete de Noel Rosa à jurada mal-humorada de calouros na TV, Aracy de Almeida é 'despetalada' em biografia.

Publicado em 17/02/2015 às 13:29 | Atualizado em 22/02/2024 às 11:32

“Como resumir a cantora libertária do ditongo entupido, do nasal magnífico que até o Mário de Andrade citou em palestra?”, indagava o escritor e jornalista carioca Eduardo Logullo na apresentação da biografia Aracy de Almeida - Não Tem Tradução (Editora Veneta, 216 páginas, R$ 34,90).

A sua resposta é um extenso e minucioso apanhado da artista que é lembrada para uns apenas como a jurada carrasca dos calouros da TV com a avaliação impiedosa do “Não gostei! Dez paus!” ou como a cantora de prestígio, principal intérprete de Noel Rosa (1910-1937), para outros.

A soma da complexa equação do que representava a cantora carioca – suburbana com orgulho do Encantado – é disponibilizada em textos, trechos de entrevistas e programas de TV, frases de efeito, além de depoimentos de nomes consagrados da cultura nacional, como Caetano Veloso, Jorge Mautner, Elza Soares, Ary Barroso (1903-1964), Carmen Miranda (1909-1955), dentre outros.

Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, Eduardo Logullo explica que a ideia do livro veio subitamente com o centenário de nascimento de Aracy, ocorrido em 19 de agosto do ano passado. “Antes existia apenas Araca - Duquesa do Encantado, do Hermínio Bello de Carvalho, mas só são impressões dele por ser um amigo muito próximo de Aracy”, comenta. “A falta de memória é um dos problemas crônicos do Brasil. Essa nova geração nunca ouviu falar de Tom Jobim, por exemplo”.

Araci Telles de Almeida, seu nome na pia batismal antes de adotar Aracy com Y (pois “fica mais bacana”), deixou cerca de 340 músicas gravadas no início dos anos 1930 a 1970 – período em que praticamente se aposentou dos palcos e estúdios para ser uma personagem televisiva tida como muitos como mal-humorada, bronca e sem papas na língua.

“Aracy tinha uma forma de pensar muito arrojada e moderna. Ela também tinha uma franqueza em falar que muitas vezes se confundia com rudeza”, avalia o autor. “Foi uma mulher que tinha uma atitude meio masculinizada, que andava tanto com os artistas quanto com os malandros”.

REGÊNCIA ‘ARACYANA’
Para compor os capítulos que formam a tapeçaria com os vários fragmentos dos pensamentos ‘aracyanos’ (“Eu sou a maior fuleiragem que existe” é uma das inúmeras), Eduardo Logullo contou com o auxílio na pesquisa de João Reynaldo e Thierry Freitas para os achados filosóficos de vida da protagonista.

“Esse mosaico é porque somos todos assim”, justifica. “Eu queria oferecer uma leitura boa e vibrante, não aquilo de ‘nasceu, cresceu e morreu’. Não queria que ficasse acadêmico. Queria explicar Aracy para quem não conheceu Aracy”.

Entre transcrições de vídeos e separar textos e trechos de revistas (como reproduções da clássica Fon-Fon), Aracy de Almeida - Não Tem Tradução foi um verdadeiro quebra-cabeças para o escritor carioca radicado em São Paulo. “Eu fazia os títulos por capítulos e ia puxando pra cá e pra lá, fazendo a regência das pesquisas. Passei a criar grupos – núcleos mesmo – aproximativos”.

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Jornal da Paraíba

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