As cores de Minna

A artista plástica Minna Miná inicia hoje a exposição 'À Espera no Campo de Centeio', no Sesc Centro de João Pessoa. As obras da paraibana ficam a mostra até o final de junho. O vernissage acontece às 19h.

Apoiada pelo Projeto Expo Sesc 2014, a mostra terá 20 ilustrações que mostram bem a singularidade de seu trabalho, feito todo em acrílico, aquarela, nanquim e guache. O título da individual é um resgate ao livro de J.D. Salinger, O Apanhador no Campo de Centeio. São obras recentes, criadas entre o ano passado e este ano.

Universitária e estagiária, Minna não está longe dos outros jovens de sua idade. Com seus 20 anos, a paraibana se identifica com Holden Caulfield, protagonista da obra de Salinger. “Ele é um adolescente passando para a fase adulta e cheio de dilemas, que acha que não pertence em canto algum”, conta.

E, talvez, tentando resolver esses dilemas foi que Minna decidiu, no final do ensino médio, que iria encontrar-se na arte. “Foi nessa fase que passei a me dedicar mais, a definir e achar o meu estilo próprio. Aí surgiram os 'pescossauros'”, brinca. É assim que a artista apelida seus personagens, que têm como característica notável os longos pescoços.

Outros detalhes que tornam suas obras estilizadas são as cores escolhidas. Repleta de tons claros de azul e amarelo, suas ilustrações trazem certo conforto aos olhos.

“Tecnicamente, uso essa paleta de cores complementares, naturalmente contrastantes”, explica. “Quero passar ao público um sentimento mais alegre, mesmo. Até se o contexto da pintura for mais pra baixo, as cores vão quebrar isso um pouco”, continua.

Na galeria, quatro guarda-chuvas pendurados, um representando cada estação, carregam trechos das outras obras literárias que a inspiraram. Tais livros são 'Peter Pan', 'O Mágico de Oz', 'As Vantagens de Ser Invisível' e 'Cartas a um Jovem Poeta'. E é fácil notar que todos os livros trazem dilemas de pertencimento, como os personagens deslocados de Peter Pan, na Terra do Nunca, e Dorothy, na Terra de Oz.

Através da internet, ela descobre artistas novos e é descoberta. "É muito gratificante quando alguém de outro país vem elogiar meus desenhos", diz contente. Suas influências nas artes plásticas vão das mais clássicas às mais modernas, como Toulouse Lautrec e Maria Herreros.