CULTURA
Atando os laços da ausência
Escolhido para a seleção oficial do Festival de Sundance, drama 'A Busca' estreia nesta sexta-feira (15) nos cinemas de João Pessoa.
Publicado em 15/03/2013 às 6:00
“Onde foi que eu errei” sempre passa pela cabeça dos pais quando os filhos atropelam a formação herdada desde criança para cair nos braços da rebeldia na puberdade. É o cenário que é montado no primeiro longa-metragem de ficção de Luciano Moura, A Busca (Brasil, 2012), que estreia a partir desta sexta-feira nos cinemas de João Pessoa.
Pedro (Brás Moreau Antunes) faz 15 anos em poucos dias. Seus pais recentemente se separaram: Theo Gadelha (Wagner Moura) teve um pai negligente e aprendeu a se virar sozinho desde cedo, assim como se apaixonou cedo e foi pai cedo. Branca (Mariana Lima) engravidou de Theo quando ambos estavam na faculdade de medicina.
Em virtude de um feriado, o jovem Pedro sai para passar um fim de semana fora e desaparece. Seu pai parte desesperado em uma jornada que vai além da busca de seu paradeiro.
“É um thriller dramático”, define o realizador Luciano Moura ao JORNAL DA PARAÍBA. “O primeiro ato é muito denso, centrado no drama dos personagens. Já o segundo ato é a busca do pai através da ausência do filho”.
Antes de entrar no circuito nacional, em 2012, o longa-metragem foi escolhido para a seleção oficial do Festival de Sundance, nos Estados Unidos, e foi eleito pelo voto popular como o Melhor Filme do Festival do Rio. “Ano passado, em janeiro, ainda com o primeiro corte do filme, ele foi exibido lá (em Sundance). É um festival para quem realmente faz filmes porque além das exibições tinham muitos debates, todos lotados de cineastas”.
CAMINHO DO MEIO
O realizador paulista conta que o trailer oficial do filme puxa mais pelo lado da ação pelas “questões óbvias de público”, mas chama a atenção para o lado dramático do filme, principalmente a relação forte entre pai e filho. “Tinha que achar esse caminho do meio. A Busca tem uma proposta. Não faz concessões baratas para atingir o público, mas quer conquistá-lo”.
Para a escalação do ‘casting’, Luciano Moura diz que o papel de Theo foi escrito (junto com Elena Soarez) para o próprio Wagner Moura, que, apesar do sobrenome, não tem nenhum parentesco com o diretor.
Laço de consanguinidade tem o jovem estreante Brás Moreau Antunes, filho do cantor e compositor Arnaldo Antunes, que participa da trilha sonora do filme junto com o filho. “Eu queria alguém que não fosse ator para dar um frescor ao personagem”.
Já a escolha de Mariana Lima, “uma atriz mais de teatro”, casou muito bem com Wagner Moura, de acordo com o cineasta, que também frisa o “papel de muito peso” do veterano da teledramaturgia brasileira Lima Duarte.
Comentários