Balé de Moscou traz belos passos de "Lago dos Cisnes" a JP

Astier Basílio, do Jornal da Paraíba

Não é nem preciso ser especialista em dança para saber de como o balé clássico é forte na Rússia. Uma das companhias que mais tem procurado preservar estas tradições é o Balé da Cidade de Moscou. A companhia se apresenta nesta segunda-feira (17) e terça (18), no Teatro Paulo Pontes, em João Pessoa. A peça escolhida é ‘O Lago dos Cisnes’.

Escrito por Tchaikovsky, em 1877, o balé dramático divide-se em quatro atos, com dois intervalos. Em ‘Lago dos Cisnes’ conta-se a estória da princesa Odette, aprisionada por um feiticeiro, podendo ser libertada apenas por um homem que ame somente a ela. O príncipe Siegfried apaixona-se por Odette, mas é enganado pelo mago Rothbar.

A montagem tem libreto de Vlamiri Begichev, versão e direção de Natália Ryzhenko e Victor Smirnov, coreografia de Lev Ivanov, Marius Petipa, Agrippina Vaganova, Yuri Grigorovich, Natália Ryzhenko e Victor Smirnov-Golovanov, cenários de Victor Smirnov-Golovanov e figurinos de Elisaveta Dvorkina.

O diretor e o coreógrafo Victor Smirnov-Golovanov conta que mesmo com um trabalho de preservação do tradicional balé, a companhia tem despertado o interesse de jovens bailarinos de todo mundo. O Balé de Moscou conta com a participação de 50 bailarinos. Na sua maioria são jovens formados em academias de dança e escolas da Rússia e da Ucrânia, incluindo Moscou, São Petersburgo, Perm, Kiev, Novosibirsk, Alma-Ata, Baku, Erevan, Donetsk, Kharkov e Ufa.

A companhia recebe também a visita de solistas convidados do exterior. As primeiras bailarinas da companhia na turnê que vem ao Brasil são Gulmur Sarsenova, Maya Vishnyakova, Natália Padalko e Valéria Guseva, e os bailarinos principais Sergei Zolotarov e Talgat Kozhabaev.

Surgido há 20 anos, o Balé da cidade de Moscou teve na figura de Victor Smirnov-Golovanov o seu fundador. Ele havia sido primeiro bailarino do Bolshoi. Smirnov acredita que o balé clássico é uma parte importante na herança nacional russa. Embora aprecie balé contemporâneo, ele conta que é essencial que os movimentos devem estar em sintonia com a música. O diretor da companhia gosta de ver balé moderno, mas, como coreógrafo, se diz mais sintonizado com o balé clássico.

Durante os 20 anos de existência, a companhia fez mais de de 2.100 apresentações em todos os continentes. A Paraíba entra na turnê nacional do Balé da Cidade de Moscou que já passou, dentre outras cidades, por Rio de Janeiro, Juiz de Fora, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Recife. A companhia segue a turnê pelas cidades de Brasília e Goiânia.

A importância do balé na cultura russa é tanta que influenciou até o cinema. A afirmação foi dada pelo cineasta americano Orson Welles. Ele achava o cinema russo “estranho”, porque praticamente todas as cinematografias do mundo surgiram do teatro, na Rússia, não.