CULTURA
Banda ‘Los pericos’ grava cd com participação dos ‘paralamas’
Histórias entre os queridos hermanos e a banda liderada pelo paraibano Herbert Vianna não param por aí.
Publicado em 05/12/2010 às 8:50
De Marina Magalhães do Jornal da Paraíba
Lembra daquela canção, “Lourinha Bombril”, que chacoalhava até defunto nas festinhas dos anos 90? É dos Paralamas do Sucesso, certo? Errado! Trata-se apenas de uma versão brasileira para o hit “Parate y Mira” da banda argentina (un poquito rock, un poquito reggae) Los Pericos, há 25 anos mostrando ao mundo que nem só de tango vive o homem.
Mas as histórias entre os queridos hermanos e a banda liderada pelo paraibano Herbert Vianna não param por aí. Elas voltaram a se cruzar no mês passado, na gravação do CD Pericos & Friends, que também teve entre os convidados os regueiros do Cidade Negra. Quem conta os detalhes desse disco é el perico Diego Blanco, em entrevista exclusiva ao JORNAL DA PARAÍBA.
“Hebert Vianna foi escolhido, primeiro pela importância dele na música latino-americana, depois por termos uma grande amizade com ele e com todos dos Paralamas. Se tem alguém que teria que estar nesse disco, esse alguém era o Hebert”, explica o tecladista, por telefone. “Já o grupo Cidade Negra é uma referência em reggae no Brasil. Tivemos oportunidade de estar com os músicos em um show no Rio. Jogamos futebol, comemos churrasco, ouvimos música juntos. Nós já conhecíamos muito a música deles e eles, a nossa”.
Curiosamente, a música gravada pelos argentinos com os músicos do Cidade Negra nesse 15º disco do grupo parece bem familiar para quem a escuta pela primeira vez. “‘Complicado Y Aturdido’ é uma versão de ‘Mulher de fases’, dos Raimundos, que fez muito sucesso em toda a América Latina, mas quase ninguém conhecia a canção original. Por isso, convidamos o Cidade Negra para cantar uma parte em português. Ficou uma sensação!”.
Porém, a parceria entre Los Pericos e os Paralamas é bem mais antiga. Hebert já havia produzido um disco deles em 1989, King Kong, e as duas bandas já dividiram vários palcos pela América do Sul. “Foi um projeto lindo, duas bandas, duas baterias, algo estranho, mas muito poderoso. Uma pena não termos gravado em CD”, lamenta Blanco.
Apesar desse intercâmbio bem-sucedido, há praticamente dez anos a banda composta por Diego, seu irmão Marcelo Blanco (percussão), Horácio Avendaño (saxofone), Juanchi Baleirón (voz, guitarra e baixo), Gastón Gonçalves (baixo), Ariel Raiman (bateria) e Willie Valentines (guitarras) não pisa no Brasil. “Possivelmente tocaremos em um festival em São Paulo, no próximo mês de janeiro”, adianta o tecladista.
Ao Nordeste, os argentinos só vieram juntos uma vez, para a gravação de um comercial de cerveja de uma famosa marca dos Pampas, a Quilmes, na Praia dos Carneiros (PE), a cerca de três horas de João Pessoa. “Mas estive muito em praias nordestinas durante as férias, assim como na casa do meu pai, que mora no Rio há 30 anos”, revela Diego.
Quando perguntado sobre o desafio de preservar a harmonia de uma banda e manter sua produção em alta durante um quarto de século, Blanco diz que o segredo é enxergar o grupo como uma família.
“Sempre me recordo de um papo com o Bi Ribeiro (dos Paralamas), quando Hebert sofreu o acidente e as pessoas lhe perguntavam o que faria até ele se recuperar. Bi respondia: ‘Posso fazer qualquer coisa, mas sigo sendo um Paralama’. Conosco não é diferente, todos temos projetos pessoais, participações em outras bandas, mas sempre nos sentiremos um Perico”, resume o tecladista.
Comentários