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CULTURA

Baseado em pesquisa, monólogo discute o papel dos hospitais psiquiátricos

'Razão para ficar' discute a atuação dessas instituições na vida de mulheres abandonadas pela família.

Publicado em 11/03/2016 às 9:43

Desmistificar a loucura, mostrando o quanto o descontrole é real e pode fazer parte da vida de qualquer um. Essa é a proposta do monólogo Razão para Ficar, peça que aborda, principalmente, o abandono, a solidão e a pobreza em hospitais psiquiátricos.

O espetáculo entra em temporada hoje e vai até o dia 20 de março, no Teatro Piollin, em João Pessoa, sempre às sextas, sábados e domingos, 20h. À venda no local, os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).

A atriz Ana Marinho e o diretor João Paulo Soares construíram a dramaturgia do espetáculo baseada na pesquisa sobre as Residências Terapêuticas de João Pessoa, realizada por Thalyta Lima, em seu doutorado em Sociologia, concluído em 2005.

Também fazem parte da peça, fragmentos de textos de Clarice Lispector e poemas de Adélia Prado e Lisbeth Lima.

O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) é um espaço de acolhimento cujo o objetivo é promover uma gradativa inclusão social, ressocialização e o desenvolvimento da autonomia de seus moradores.
Na época, a estudante Thalyta Lima ouviu depoimentos de oito mulheres egressas do Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, na capital paraibana. Após um período de mais de 20 anos de internação, passaram a viver no SRT.

A partir dos depoimentos dessas mulheres, foi feita a construção da personagem - que não tem nome - do monólogo. As oito foram abandonadas pelos maridos ou parentes, todas pobres, viviam casamentos fracassados ou situações de violência sexual e tiveram, em algum momento da vida, uma situação de descontrole.

"São histórias que qualquer um pode se identificar", ressalta Ana Marinho, que conduz, sozinha, o espetáculo no palco. Para ela, a ideia de Razão para Ficar é quebrar paradigmas e mostrar que um caso de descontrole, não necessariamente acarretaria em uma internação em um hospital psiquiátrico. "É o tipo de coisa que pode acontecer com qualquer um de nós. Poderia acontecer comigo, seu eu fosse pobre e minha família me abandonasse", acrescenta.

As histórias de abandono e pobreza que são retratadas no palco têm foco no comportamento que as levaram ao hospital psiquiátrico e na volta ao convívio social. “Nós mostramos que, no fundo, a vida delas não mudou muito, como a situação de abandono e como, após tantos anos de internação e medicação, a residência terapêutica não recupera o sujeito social”, comenta a atriz.

O espetáculo começa a ser contado a partir do momento que a personagem passa a fazer parte da residência terapêutica, que busca propiciar à interna uma vida com casa, vizinhos, idas ao comércio, enfim, uma rotina comum.

“Buscamos, eu e João Paulo, retratar a loucura que todos nós passamos em algum momento da vida. O mais difícil foi tornar a narrativa algo que não afaste o público”, explica a atriz. “Todo mundo tem vontade de sair correndo e gritando pela rua. Eu, pessoalmente, me identifiquei muito com algumas situações. É um espetáculo que fala da loucura que todo nós vivemos no nosso cotidiano”, acrescenta.

Para Ana, Razão para Ficar foge do preconceito e do julgamento, evidenciando os limites frágeis entre saúde e doença e buscando provocar uma mudança na relação social com o fenômeno da loucura. (Especial para o JP)

Imagem

Jornal da Paraíba

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