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CULTURA

Bastião da sanfona

Morre, no Rio de Janeiro, o paraibano Severo, último sanfoneiro de Jackson do Pandeiro.

Publicado em 13/03/2015 às 6:00 | Atualizado em 19/02/2024 às 13:59

“Ele foi o único baluarte vivo depois de Dominguinhos”, aponta o músico pernambucano Jadiel Guerra sobre o amigo João Severo da Silva, mais conhecido como Severo do Acordeon, paraibano de Sapé, Zona da Mata, que foi encontrado morto na sua casa no Rio de Janeiro na última quarta-feira, aos 64 anos.

Até o fechamento da edição, o laudo médico ainda não havia sido emitido. “Segundo o legista, ele teve um mal súbito”, antecipou Guerra, extraoficialmente. Ainda de acordo com o amigo, Severo estava muito abalado com a morte da esposa, Maria Andrade, em novembro do ano passado. O corpo será enterrado hoje, no Rio de Janeiro, mas também não tinha sido definido local e hora.

Dentre os grandes nomes da música popular brasileira, o fole da sanfona de Severo chorou nos palcos e estúdios com Jackson do Pandeiro, Alceu Valença, Elba Ramalho, Fagner, Fafá de Belém, Chico Buarque, Zé Ramalho e Luiz Gonzaga, dentre outros.

Com mais de 180 composições, o paraibano teve músicas gravadas pelos conterrâneos Zé Ramalho ('Esse coração é meu'), Elba ('Do jeito que a gente gosta', que foi título de disco e show) e Roberta Miranda ('Mexe mexe funga funga'). Sua sanfona também está em The Rhythm of the Saints (1990), do norte-americano Paul Simon.

“Sua participação nos bastidores foi muito relevante”, atesta Fernando Moura, autor, ao lado de Antônio Vicente, da biografia Jackson do Pandeiro - O Rei do Ritmo. “Severo é o lado harmonioso da música nordestina, só não teve a projeção de um Dominguinhos ou de um Luiz Gonzaga teve”.

Tanto que a 'coroa' do baluarte – a sua sanfona – foi herdada diretamente de Dominguinhos, que por sua vez a recebeu das mãos de Orlando Silveira.
Fernando Moura relembra que Severo foi protagonista de duas músicas instrumentais “que devem ter sido passadas 'de boca'” pelo próprio Jackson. “Ele era o sanfoneiro dele. Há uma coautoria implícita, apesar de não ser registrada”.

Radicado no Rio de Janeiro desde o começo dos anos 1960, o paraibano de Sapé acompanhava o 'Rei do Ritmo' desde 1969 até a sua morte, em 1982.
“Severo estava com Jackson quando ele passou mal”, explica Moura. “Estava no aeroporto pronto para embarcar com Alceu para o festival de Montreux (na Suíça), quando souberam da morte. Não contaram de imediato ao Severo porque, com certeza, ele voltaria no mesmo instante”.

LAMENTOS
Assim como o mote da música que fez junto com Severo, o 'Lamento de um Nordestino', Jadiel Guerra frisa que, apesar de ser premiado no exterior e ser uma enorme perda para a música brasileira, o paraibano era pouco reconhecido na sua terra natal, apesar de uma homenagem no 3º Encontro dos Foles e Sanfonas da Paraíba, realizado no final de 2011.

Severo ainda fazia pequenos shows e estava preparando um disco para comemorar seus 40 anos de carreira, revisitando suas obras. Jadiel vai rever o projeto para ainda ser uma homenagem ao músico, que dizia: “Eu quero é tocar, não importa onde” - sua forma de manter-se vivo.

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Jornal da Paraíba

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