Bastidores do poder serão tema de um próximo livro

O fascínio pela oratória ou, nas palavras de Nonato, a "paixão pela expressão e pela fala" remonta "as leituras de estudante em Cajazeiras", cidade na qual o jornalista começou sua militância jornalística, cultural e política.

No sertão, foi radialista e membro ativo do movimento cineclubista, sendo o primeiro presidente do cineclube Vladimir de Carvalho.

Em anos de chumbo, promoveu debates com críticos como Jean-Claude Bernardet, com filmes que "desviava da mala soviética".

"Na verdade eu só ingressei no jornalismo político quando vim a João Pessoa, em 1978", lembra Nonato que, nos mais de 30 anos de colunismo, já entrevistou figuras como Lula, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães.

Os bastidores da política, que já estão presentes em A Fala do Poder, farão parte também do futuro Em Off, que ainda não começou a redigir, mas que pretende registrar as histórias que se desenrolam por baixo dos panos das 'declarações oficiais' dos governantes dadas à imprensa.

"Todo jornalista sofre esta pressão de divulgar ou omitir fatos, resguardando as fontes", explica Nonato. "Muitas passagens de A Fala do Poder, por exemplo, só pude publicar agora, depois de muitos anos".

Uma delas é o histórico 'incidente no Gulliver', termo cunhado pelo jornalista para designar o caso ocorrido em 1993 no restaurante Gulliver, quando o então governador Ronaldo Cunha Lima disparou três tiros no antecessor Tarcísio Burity.

"Alguns leitores acharam delicado eu incluir o incidente no livro, mas as duas versões do caso estão lá. Procurei tratar tudo com ética e seriedade".