"Benjamin Button" conta fantástica história de criança que nasce velha

Renato Félix, do Jornal da Paraíba

Apesar de sair de mãos abanando no Globo de Ouro, ‘O Curioso Caso de Benjamin Button’ (The Curious Case of Benjamin Button, Estados Unidos, 2008, estreia nesta sexta-feira em JP e CG) continua praticamente certo entre os candidatos ao Oscar de melhor filme com forte possibilidade de vitória. A história é contada em tom de fábula para narrar a vida de um personagem muito especial, que nasce já velho e vai rejuvenescendo com o passar dos anos.

Brad Pitt vive o personagem-título, que se apaixona desde criança por Daisy. Mas ele precisa esperar que ela cresça até ficarem com idades compatíveis para que o romance aconteça (é Cate Blanchett que a interpreta, quando adulta). Quando isso acontece (Daisy já se tornou bailarina clássica), outro problema se anuncia: o que acontecerá no futuro, enquanto Benjamin fica cada vez mais novo e Daisy, como todos os outros, inevitavelmente envelhecerá?

David Fincher (de ‘Clube da Luta’ e ‘Zodiaco’) dirige o roteiro de Eric Roth que baseia-se em um conto de F. Scott Fitzgerald publicado em 1992 e que, por sua vez, foi inspirado por uma frase de Mark Twain: “A vida seria infinitamente mais feliz se pudéssemos nascer aos 80 anos e gradualmente chegar aos 18”.

A infância de Benjamin se passa num asilo, depois que é abandonado pelo pai ao nascer. Quando ele cresce, resolve sair pelo mundo, mesmo sem saber qual o fenômeno que acontece com ele. Brad Pitt acalentou o projeto, mas exigiu interpretar o personagem em todas as fases da vida, o que exigiu bastante das equipes de maquiagem e efeitos visuais.

A cidade onde a história se passa é Nova Orleans, que Pitt e a esposa Angelina Jolie se esforçam para ajudar desde que o local foi arrasado pelo furacão Katrina, em 2005. A narrativa episódica do filme não por acaso lembra a de ‘Forrest Gump, o Contador de Histórias’ (1994), cujo roteiro também é de Eric Roth.

Elogiado, ‘Despereaux’ também estreia

A animação 3-D facilitou a produção de longas-metragens de animação. Daí, chegam às telas muita coisa que deixa a desejar, mas também algumas pérolas fora do circuito Disney-DreamWorks. É o caso de ‘O Corajoso Ratinho Despereaux’ (The Tale of Despereaux, Reino Unido/ Estados Unidos, 2008, estreia hoje em JP), elogiado por onde passa.

O longa é baseado em um premiado livro infantil, de Kate DiCamillo, que conta várias tramas paralelas que vão se encontrar no final. Tudo se passa no Reino de Dór e em seu subterrâneo - onde um nível é habitado por camundongos e outro por ratazanas asquerosas.

Despereaux é um camundongo, mas muito mais corajoso que os demais. Não tem medo dos humanos e prefere ler livros a roê-los. A chegada da ratazana Roscuro causa um problema que leva o rei a proibir ratos em seus domínios, entre outras proibições.

O inferno astral do reino entristece a princesa Pea. A empregada Mig, por sua vez, sonha em ser princesa - e se associa a Roscuro para tomar o lugar de Pea. O roteiro do filme é de Gary Ross (roteirista de ‘Quero Ser Grande’, 1988, e diretor-roteirista de ‘A Vida em Preto-e-Branco’, 1997).

'Quarentena' (Quarantine, Estados Unidos, 2008, estreia em JP) é um terror que usa a câmera subjetiva o tempo todo - refilmagem do espanhol REC.