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CULTURA

Box é lançado com obra literária de Antonioni

Às vésperas do centenário de nascimento do diretor italiano, Versátil lança box com a 'Trilogia da Incomunicabilidade', sua obra libertária.

Publicado em 12/07/2012 às 14:00

Conhecida também como 'Trilogia do Tédio', a Trilogia da Incomunicabilidade (preço médio: R$ 120,00) sai este mês em box e em edições avulsas em DVD pela Versátil Home Vídeo.

O lançamento lembra os cinco anos da morte do diretor Michelangelo Antonioni e seu centenário de nascimento, comemorado em setembro.

Composta pelos filmes A Aventura (L'Aventura, Itália, França, 1960), A Noite (La Notte, Itália, França, 1961) e O Eclipse (L'Eclipse, Itália, França, 1962), a caixa reúne os três longas que colocaram o cineasta italiano na vanguarda do cinema, numa época em que as bitolas rodavam para um caminho que não teria mais volta.

Quando as lentes de Antonioni pousaram sobre o semblante sereno de Monica Vitti pela primeira vez, em A Aventura (que ganha DVD duplo, com versão restaurada e mais de uma hora de extras, incluindo depoimento da atriz), Godard e Truffaut já tinham, na França, dado o estopim da Nouvelle Vague e Glauber Rocha, no Brasil, começava a agarrar a câmera para fazer os curtas que precederiam o Cinema Novo.

Obra mais radical das três, vencedora do prêmio do júri no Festival de Cannes, A Aventura retumba em toda a futura cinematografia de Antonioni, incluindo O Deserto Vermelho (1964), drama que contém resquícios estéticos da jornada empreendida por um casal em busca de Anna (Lea Massari), personagem cujo destino jamais foi desvendado pelo realizador.

Este primeiro filme da trilogia levou Martin Scorsese, um dos seus grandes entusiastas, a comparar a crítica que Antonioni faz à burguesia italiana nas telas à caricatura que Scott Fitzgerald faz da burguesia americana nas páginas da literatura. "Antonioni foi o homem que libertou o cinema", escreveu Scorsese.

A Noite, vencedor do Urso de Ouro em Berlim, também é incrementada com cenas inéditas e mais de uma hora de extras.

O segundo volume da trilogia traz como protagonistas Marcello Mastroianni e Jenne Moreau em uma narrativa que capta o caráter hedonista da juventude que teve seus sonhos solapados pela guerra e vaga a esmo em uma longa e sorrateira madrugada.

Já O Eclipse, que fecha a trilogia e também faturou o prêmio da crítica em Cannes, mereceu menos atenção pela distribuidora com uma oferta mais módica de extras: um registro sobre a vida e obra de Antonioni (já presente nos outros DVDs) e outro sobre a trajetória do filme em Cannes (ele foi indicado à Palma de Ouro).

Aqui, Alain Delon faz par com Vitti nas sequências que culminam no encontro marcado que ficou famoso e inesperado desfecho que Antonioni escolheu: abandonando agora não os personagens, mas a câmera, que passa mais de dez minutos vagabundeando pelas ruas de uma Roma prosaica, retratada em um poste de luz incandescente, os andaimes de um prédio em construção ou o contraste entre uma rua pavimentada e uma carroça que corta a faixa de pedestres.

É o ambiente que Antonioni escolhe para traduzir o mal de seu século através de uma linguagem de aderência marxista, aparentemente 'desinteressada' pela realidade, como constatou Bergman, mas profundamente visionária.

Imagem

Jornal da Paraíba

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