CULTURA
BTS no serviço militar deve gerar perda de bilhões para a economia da Coreia do Sul
Grupo de K-pop vai entrar em hiato para que os integrantes ingressem no Exército.
Publicado em 20/10/2022 às 12:07 | Atualizado em 20/10/2022 às 15:00
O BTS, maior símbolo do K-pop e grupo mais ouvido do mundo na atualidade, vai parar por conta de obrigações militares. Foi anunciado nesta semana que os sete integrantes vão se alistar no exército da Coreia do Sul. Com isso, o grupo só volta a se apresentar por volta de 2025. Óbvio que os fãs em todo o mundo estão em polvorosa, mas a preocupação não é só para eles, é também para a economia sul-coreana, já que banda é uma máquina de fazer dinheiro, e a pausa deve gerar prejuízos para o país.
O K-pop é uma verdadeira indústria que vai além do entretenimento. De acordo com o Yahoo! Finanças, o BTS tem um impacto direto no Produto Interno Bruto (PIB) da Coréia do Sul. Em 2021, o grupo gerou mais de 11 bilhões de dólares para a economia do país, algo em torno de 0,3 % do PiB da nação.
Já um relatório do Hyundai Research Institute, feito em 2018, quando o grupo ainda não tinha a projeção que tem agora, apontou que o BTS foi responsável por um em cada 13 turistas que visitaram a Coréia do Sul em 2017 e gerou cerca de US$ 1,1 bilhão em exportações de bens de consumo, como mercadorias e cosméticos, em um único ano.
Segundo analistas consultados pelo site especializado Fortune, o BTS já teria contribuído com US$ 29,1 trilhões para a economia sul-coreana. É muito mais de que uma ‘simples’ banda.
Não dava para escapar do alistamento?
O BTS é o grupo mais ouvido no Spotify em 2022. E não apenas isso, é o mais ouvido da história da plataforma, marca atingida em maio quando alcançou 26 bilhões de streams. A banda também já vendeu mais de 32 milhões de álbuns Mas com todos esses feitos, o BTS não poderia escapar do alistamento militar?
Segundo a lei do país, todos os homens sul-coreanos fisicamente aptos maiores de 18 anos devem servir nas Forças Armadas por pelo menos 18 meses.
Assim como no Brasil, o alistamento obrigatório é previsto na constituição da Coreia do Sul. A diferença é que, para os homens brasileiros, o alistamento tem de ser feito aos 18 anos. Já os sul-coreanos podem se apresentar ao Exército até os 28 anos.
A obrigação se mantém porque a Coreia do Sul tecnicamente está em guerra com a vizinha do norte desde 1953, quando foi assinado um armistício. Um tratado de paz nunca foi assinado entre as duas nações.
A lei sul-coreana prevê isenções, como para atletas, artistas de música clássica e bailarinos, que ganharam notoriedade e trouxeram reconhecimento para o país no exterior, como vencedores de medalhas olímpicas, por exemplo. A cultura popular, onde o BTS, se inclui, não é listada entre os possíveis beneficiados. Recentemente um dos protagonistas da série, ‘Uma Advogada Extraordinária’, sucesso na Netflix, Kang Tae Oh, anunciou que estava se alistando e isso mudou os planos da plataforma sobre uma segunda temporada.
O benefício dos ídolos do K-pop é diferente. Em dezembro de 2020, foi aprovada pelo parlamento sul-coreano a chamada ‘Lei BTS’, que atrasa em dois anos o início do serviço militar obrigatório para artistas que receberam medalhas do governo por ajudarem a levar a influência cultural sul-coreana pelo mundo. Por isso que Jin, o integrante mais velho, vai começar o serviço militar em dezembro, quando faz 30 anos.
O ministério da cultura sul coreano chegou a afirmar que o caso do BTS, a possibilidade de eles ganharem uma isenção sairia até dezembro. Mas, no que parece ser uma questão de planejamento, eles preferiram não esperar, e anunciaram o alistamento.
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