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CULTURA

Caetano em outra língua

Cantora Alexia Bomtempo lança o disco 'I Just Happen to Be Here'; o trabalho traz composições de Caetano Veloso.

Publicado em 12/06/2012 às 6:00


Se a vida fosse um filme, a biografia de Alexia Bomtempo seria um musical com legendas. Natural dos Estados Unidos, viu, aos 5 anos, seu pai brasileiro abastecer a discoteca de sua mãe americana com discos de MPB.

Sua primeira memória infantil data desta época: a mãe, Monica Nagle, cantando ao violão os versos de 'London, London'.

"Nesta época, nem sabia que a música era realmente de um cantor brasileiro", conta Alexia, por telefone, com um sotaque carioca que não deixa transparecer o fato de que ela foi alfabetizada em inglês.

"Só depois fui conhecer Caetano", diz a cantora, que acaba de lançar I Just Happen to Be Here (Biscoito Fino, R$ 35,90), disco com versões das canções compostas por Caetano Veloso no período de exílio em Londres, na década de 1970.

'London, London', claro, foi o ponto de partida do projeto idealizado pelo preparador vocal Felipe Abreu, que produziu o CD com Dé Palmeira.

Segundo Alexia, ela fazia uma aula com Abreu quando entoou a canção e uma lâmpada se acendeu na imaginação do produtor.

"Ele ficou superimpressionado com a facilidade que eu tenho de transitar entre as duas línguas e me propôs a ideia, que executamos ao longo de dois anos, depois de minha turnê pelo Japão".

Alexia estreou na música em 2008 com Astrolábio (EMI), álbum no qual a influência de Caetano já é perceptível nas regravações de 'Leãozinho' e 'Farol da Barra'.

Elas foram a carta de apresentação da cantora no cenário da MPB e a levaram aos ouvidos do próprio Caetano, que gostou da homenagem.

"Ele adorou, achou minha voz linda. Enquanto estávamos gravando este segundo disco, mandamos algumas canções por e-mail e ele deu o aval, sabia o que estávamos fazendo".

A conexão com o baiano também se deu através de um sentimento familiar entre a história da jovem e as letras das músicas que, para Alexia, "transcendem os contextos".

"As letras falam de um sentimento muito comum e muito forte que me perseguiu durante a minha vida inteira", explica a artista, sempre com um pé no Brasil e outro nos EUA.

"Minha vida é partida, nunca me sinto 100% em um lugar".

DESAPROPRIAÇÃO
Nascida em 1984, ela faz questão de ressaltar que não pretende "se apropriar de um momento que não viveu", referindo-se às mãos de ferro do regime que levou Caetano ao exílio em terras estrangeiras.

"Quando nasci, já não havia mais ditadura militar. Mas as canções ultrapassaram isso e continuam vivas, se trazidas para a realidade atual".

No encarte, há uma menção a Frejat, que cedeu seu estúdio para a gravação e a mixagem das quatro primeiras faixas que foram inclusas no repertório: 'London, London', 'Nine Out of Ten', 'A Little More Blue' e 'In the Hot Sun of Christmas Day'.

Enquanto o show não fica pronto (a previsão para os palcos é o final deste primeiro semestre), Alexia se desdobra em elogios ao patrono do álbum.

"Caetano é um gênio incontestável. Ele escreve coisas lindas, profundas e repletas de imagens que, provavelmente, um nativo não seria capaz de escrever, por não ter esta percepção estrangeira da língua. Percepção que não é só linguística, mas também carrega consigo uma série de experiências culturais".

Imagem

Jornal da Paraíba

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