CULTURA
Caindo na folia com Alceu
Cantor Alceu Valença abre o Projeto Folia de Rua nesta quinta-feira (31) em João Pessoa; além dos frevos, repertórios terá cirandas e maracatu
Publicado em 31/01/2013 às 6:00
Nesta quinta-feira, em João Pessoa, Alceu Valença fará a abertura carnavalesca do projeto Folia de Rua nos ritmos do frevo, maracatu e ciranda.
O show gratuito acontecerá no palco montado no Ponto de Cem Réis, no Centro da capital paraibana. A abertura acontecerá a partir das 18h, com as apresentações de Renata Arruda, Diana Miranda, Gracinha Teles e a Orquestra PBpop.
“Não vai ter grandes inovações, mas vai ser uma apresentação inacreditável”, avisa o artista em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA. “O show vai ter a vitalidade do rock’n’roll, mas sem sair do frevo. A guitarra vai ficar no seu canto. Apesar de ser natural pra mim, as pessoas vão sentir o impacto sem saber o que é”, explica.
O cantor e compositor pernambucano terá companhia da sua banda e de uma orquestra de metais. No repertório do folião Alceu, sucessos como ‘Bicho maluco beleza’, ‘Diabo louro’, ‘Bom demais’, ‘Me segura que senão eu caio’, ‘Roda e avisa’, ‘Anunciação’, ‘Táxi lunar’, ‘Belle du jour’, ‘Pelas ruas que andei’, a versão frevo de ‘Tropicana’, entre outras.
Uma novidade é a nova roupagem de ‘Homem da meia-noite’, música composta nos anos 1980 por Alceu com Carlos Fernando para a série de discos Asas da América. De acordo com o artista, o frevo será apresentado em primeira mão em João Pessoa. O videoclipe da música será lançado na próxima semana, em pleno Carnaval.
Além dos frevos, Valença apresentará cirandas e maracatus como os sucessos ‘Ciranda da rosa vermelha’ e ‘Maracatu’, ambos de sua autoria.
O músico se apresenta no centro da capital paraibana ao lado de Paulo Rafael (guitarra), Tovinho (teclados), Nando Barreto (baixo), Cássio Cunha (bateria), Edwin (percussão) e um naipe de seis metais.
No começo de janeiro, o cantor realizou uma pequena turnê pela Europa, passando por Portugal e França.
Apesar de ter participado de vários festivais no Velho Mundo ao longo de seus 40 anos de carreira, Alceu conta que foi pela primeira vez um show só dele. O resultado foram duas sessões extras em Lisboa e os ingressos esgotados uma semana antes em Paris.
“Declamei muitas músicas e poemas por lá”, relembra Alceu, que registrou tudo em vídeo. Suas performances brevemente serão divulgadas no seu site oficial, em uma série intitulada Pelas Ruas que Andei.
TIRO NO PÉ
“Uma vergonha o frevo ser o patrimônio cultural da humanidade e não tocar nas rádios da cidade do Recife por causa dos jabaculés. O frevo atinge um patamar mundial, mas não se cuida dele”, desabafa o pernambucano. “Não sou tradicionalista, mas respeito as tradições”.
Mesmo afirmando não precisar desse discurso, Alceu demonstra que essa atitude é um verdadeiro 'tiro no pé'. “Quem vai se inspirar para compor frevo se ele não toca? Os grupos de rock se inspiram nos Rolling Stones e Beatles. Se não tem a janela, a plataforma, não terá os seguidores do gênero”.
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