CULTURA
Canisso fala sobre o novo trabalho dos Raimundos, 'Cantigas de Garagem'
No novo trabalho o grupo faz o som ao vivo das músicas inéditas, além de releituras de sucessos como 'Mas Vó...', 'Be a Bá' e 'Esporrei na manivela'.
Publicado em 26/12/2014 às 15:00 | Atualizado em 01/03/2024 às 16:59
“É um disco de rock que pode muito bem colocar do lado dos outros discos”, garante o baixista Canisso sobre o novo CD e DVD dos Raimundos, Cantigas de Garagem (Som Livre). “É uma virada de página. Não tem conflito e nem alfinetada pra lado nenhum. É pra se divertir com várias músicas chicletes”.
Com o novo CD lançado em fevereiro, intitulado Cantigas de Rodas, nesse novo trabalho o grupo faz o som ao vivo das músicas inéditas, além de releituras de sucessos como 'Mas Vó...', 'Be a Bá', 'Esporrei na manivela', 'Eu quero ver o oco' e 'Puteiro em João Pessoa'.
“Foi gravado como se fosse um ensaio”, fala Canisso sobre as performances não ter plateia no DVD. “Quando começou, a gente ensaiava na garagem do Digão”, relembra.
O músico ressalta que o CD e DVD foi uma forma para divulgar as músicas de Cantigas de Rodas, já que o disco foi lançado através do financiamento coletivo na internet – o 'crowdfunding' – sendo praticamente um produto exclusivo para quem financiou através da plataforma. “O fato de não parar na loja é pirataria zero”.
Quando foram lançar o CD, os Raimundos pediram para os fãs gravarem cantando várias músicas para fazer um “super clipe gigante” para divulgar. “Todos sabiam de cor a letra das músicas, inclusive nos shows de lançamento. Foi aí que nós sentimos a força das músicas”.
A abertura tanto do disco quanto do DVD ficou com o som pesado de 'Cachorrinha', composta por Marquim, Canisso, Caio e Digão com participação de Frangokaos. A letra partiu de uma cachorra vira-lata que o Digão adotou. “Frango é meu ídolo, sacou? Sempre achei ele um MC de primeira”, elogia o baixista.
Outras faixas, como 'O gato da Rosinha', composta pelo sanfoneiro pernambucano Zenilton e João Caetano, deixa claro a marca registrada da banda, que flerta com o repente e elementos nordestinos. “A gente encontrou uma assinatura e não consegue fugir dela”, teoriza Canisso. “O negócio é pegar o conceito e reciclar”.
'Politics', faixa que é “quase um funk metal”, segundo o baixista, precisava de “um rapperzão”. Por isso o grupo brasiliense chamou o Cipriano, músico já conhecido pelos Raimundos de longa data.
Fechando as participações especiais em Cantigas de Garagem, a banda convidou o norte-americano Sen Dog (do Cypress Hill) para participar da faixa 'Dubmundos'. “Essa foi a última que saiu e deu um up no disco. Ninguém estava esperando nada dela. Era a sobra da sobra”, admite Canisso.
Sobre as músicas bônus do CD e DVD, o músico diz que a escolha partiu das que eram importantes para a banda. “Algumas estão um pouquinho modernizadas, com uma pegada diferente pelos novos componentes (no caso, o guitarrista Marquim e o baterista Caio Cunha)”.
ESCASSEZ EM JAMPA
Há 20 anos foi lançado o disco de estreia do grupo, com um dos seus maiores sucessos oriundo de uma experiência sexual do ex-vocalista Rodolfo, o 'Puteiro em João Pessoa'.
Canisso revela que era uma música complicada porque diziam que os paraibanos ficavam ofendidos quando eles tocavam no Estado. E foram escassas apresentações na capital paraibana. “Se muito foram, duas ou três vezes”, puxa pela memória o baixista.
Em janeiro, os Raimundos vão abrir shows do Foo Fighters, em São Paulo, Belo Horizonte e Rio. Depois, eles seguem em turnê que subirá para o Nordeste: Fortaleza, Aracaju, Natal e Recife. E na Paraíba? Sem confirmação.
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