Capitães de Areia estreia hoje nos cinemas

A obra do baiano Jorge Amado (1912-2001) é uma das que mais despertam o interesse de diretores de cinema e de televisão brasileiros. Contando apenas as adaptações de seus livros que puderam ser vistas no grande ecrã, foram ao todo 16, incluindo a mais recente: A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água, que esteve em cartaz no ano passado.

A mais célebre, Dona Flor e Seus Dois Maridos, foi levada às telas em 1976 pelo cineasta Bruno Barreto e até o ano passado registrava a maior bilheteria de uma produção nacional, perdendo o posto para a sequência de Tropa de Elite.

Capitães de Areia (Brasil, 2011), que estreia hoje em João Pessoa no Box, CinEspaço e Sercla (confira horários em nossa agenda na página 5), aposta na autoridade que Cecília Amado, neta de Jorge, supostamente teria sobre a obra do avô, publicada em 1937 com a saga de Pedro Bala e seu séquito de maltrapilhos.

A intimidade de Cecília com a prosa de Jorge Amado (que costumava dizer que seu sonho de juventude não era ser escritor, mas cineasta) teve sua prova de fogo em Tieta do Agreste (1996), de Cacá Diegues, produção na qual trabalhou como assistente de direção. A jovem cineasta também foi assistente de Bruno Barreto em O Que É Isso, Companheiro? (1997), e teve passagem pela televisão, atuando também como assistente em séries e novelas da Rede Globo.

Selecionado para a première do Festival do Rio, Capitães de Areia abre hoje uma programação que exibirá 350 filmes em 18 mostras que incluem longas-metragens como A Pele que Habito (La Piel que Habito, Espanha, 2011), de Almodóvar e dois filmes de Martin Scorsese: Public Speaking e George Harrison: Living In The Material World (ambos os títulos ainda sem tradução em português).

Capitães... tem outras duas versões audiovisuais: uma americana, de 1971, e outra brasileira, de 1980. (Colaborou André Cananéa)