CULTURA
Carlos Arão e Maurício Germano movimentam Areia na quinta
Companhia Mineira fará uma intervenção urbana chamada de "Um passo a mais" - em cima dos terraços, sacadas e marquises dos casariose e praças de Areia.
Publicado em 05/11/2008 às 6:34
Da assessoria
O Grupo Movasse de Minas Gerais e o Balé Popular da UFPB são as atrações de dança da quinta-feira (6), no XI Festival de Artes de Areia. A Companhia Mineira fará a partir das 16h, uma intervenção urbana chamada de "Um passo a mais" - em cima dos terraços, sacadas e marquises dos casariose e praças de Areia. À noite, às 20h30, o grupo paraibano sobe ao palco do Teatro Minerva apresentando todo o universo dos alegres foliões mascarados que circulam pelas ruas das cidades nordestinas durante o carnaval, os papangus. A entrada é gratuita.
No espetáculo "Um passo a mais", dois bailarinos dialogam com o público e com o espaço ao som da música ao vivo de um acordeon e do ruído urbano. Um dos bailarinos é o paraibano radicado há 14 anos em Belo Horizonte (MG), Carlo Arão. "Essa proposta de encenação em dança tem o objetivo de apresentar uma dança contemporânea como algo de próprio, sem determinismos e fugindo de rótulos pré-estabelecidos. Abre discussões, não fecha caminhos. Desmistificando o corpo e trazendo a dança para o mais perto e possível para as pessoas", esclareceu Arão.
Já o Balé Popular da UFPB comandado por outro ícone da dança contemporânea paraibana, o coreógrafo Maurício Germano, toma como ponto de partida essa diversidade do personagem 'papangu', que está incluído em vários outros folguedos. No elenco Juliana Abath, Luciana Santos, Jocideia Barros, Jarleide Barros, Fabíola Magalhães, Katheryne Menezes, Ing Nunes e Ednaldo Barros. Na trilha sonora músicas de Siba, Cordel do Fogo Encantado e Casa de Farinha. Iluminação com Adilson Lucena; figurino, coreografia e direção geral de Mauricio Germano.
"Esses tipos carnavalescos impulsionam a nossa coreografia, dançarinos invadem a cena, com movimentos desconstruídos, soltos, conduzidos por uma trilha sonora original, releituras com arranjos entre tambores e alfaias, criando sons, posturas e caretas que mesmo quando codificados não perdem a originalidade", garante o coreógrafo.
Movasse - é um coletivo de criação que visa manter o trânsito livre de pessoas, informações e idéias. Surge no cenário da dança contemporânea para agregar pensamentos, na tentativa de reunir e praticar idéias sobre o movimento.
Tendo na sua raiz a diversidade, não há o receio de cair ou fugir de tendências, ou até mesmo de encontrar uma determinada linguagem. Contudo, visa proporcionar um lugar de reflexão e porto seguro para a realização de propostas artísticas inusitadas.
Sediado em Belo Horizonte, mas com os olhos voltados para a cultura brasileira, seus idealizadores são Carlos Arão (PB), Andréa Anhaia (PE), Ester França e Fábio Dornas (ambos de MG). Dançarinos com diferentes formações, informações e influências, mas unidos por uma afinidade artística: o movimento. Dessa forma, Movasse é um espaço aberto para diferentes formas de pensar a dança, além de ser um lugar de discussão, debate, pesquisas teórica e corporal.
O XI Festival de Artes de Areia tem apoio do Ministério da Cultura, por meio do Programa Monumenta, desenvolvido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)
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